As fortes chuvas registradas na tarde de anteontem chamaram a atenção devido aos estragos feitos em Mogi das Cruzes e nas cidades da região. Pessoas perderam seus carros, móveis, algumas até correram risco de morte. Além disso, trechos movimentados da cidade foram alagados, complicando o trânsito da região central.
Mas se engana quem pensa que esta foi a pior chuva com enchente registrada em Mogi. Este cenário é antigo. No dia 18 de março de 2005, uma chuva sem precedentes fez com que a prefeitura instalasse um sistema de alarme para alertar os moradores sobre os riscos de enchentes.
Ao todo, foram instaladas quatro sirenes em áreas específicas da cidade, principalmente nos locais em que, há décadas, eram castigados pelas chuvas e alagamentos. A ideia surgiu em vista dos prejuízos, estimados em cerca de R$ 6 milhões, causados ao município. Na época, em declaração à Imprensa, o então secretário municipal de Obras, Otacílio Garcia Leme, afirmou que a sirene iria ser acionada por técnicos da prefeitura com antecedência, para que não houvesse tumulto. "As pessoas vão poder sair e retirar seus automóveis de maneira ordenada", completou. E não era para menos, já que em alguns pontos a água chegou a 1,70 metros de altura.
Apesar da nova estrutura, em 15 de fevereiro de 2016, a cidade foi vítima de um novo episódio. Uma chuva intensa alagou vários pontos e causou mais prejuízos aos moradores. Na avenida Prefeito Carlos Ferreira Lopes, no Mogilar, por exemplo, as árvores derrubadas com os fortes ventos ficaram no canteiro central da via e travaram o trânsito local. Na época, choveu 70 milímetros e o nível do Rio Tietê subiu de 1,80 metro para 3,06 metros.
Recentemente, no dia 10 de março de 2019, as chuvas colocaram os munícipes sob alerta, principalmente os que residiam no Oropó. A água invadiu com velocidade as residências e não deu tempo de salvar muita coisa.
Em vista da gravidade da situação, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) prometeu um estudo para o desassoreamento de rios e córregos da região, trabalho ainda não desenvolvido pelo órgão. Durante sua posse como presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), o prefeito de Mogi, Marcus Melo (PSDB), prometeu que a primeira reunião abordará este tema. O encontro deve ocorrer no dia 16.