Devota da santa que compartilha o mesmo nome, Rita de Cássia Ferreira passou por inúmeras dificuldades em sua vida, desde que descobriu, ainda quando criança, que havia contraído poliomielite. Ancorada em sua família e aproveitando as oportunidades que a vida lhe ofereceu, Rita sempre trabalhou sua parte espiritual e acredita que Deus é parte fundamental para o desenvolvimento de uma pessoa com deficiência.
"A família para dar o suporte físico e emocional, o trabalho para dignificar seus esforços e Deus para manter a cabeça no lugar. São esses fatores que uma pessoa com deficiência, ou sem nenhuma doença, precisam para acordar todos os dias e seguir na luta", disse a presidente da entidade Trabalho de Apoio ao Deficiente (Tradef).
Em 2014, quando se dirigia à sua última cirurgia, Rita estava com muitas dores e, por coincidência, o procedimento foi marcado para 22 de maio, data em que é celebrado o dia de Santa Rita de Cássia. Havia a possibilidade de que ela não conseguisse realizar a cirurgia, devido à falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Quando o médico falou que eu não ia conseguir fazer a cirurgia, fiquei com muito medo, porque estava com dores e o procedimento tinha que ser feito no dia da minha santa. Rezei para que desse certo, porque ainda havia uma possibilidade", disse.
Quase sem esperanças, aguardando no quarto do hospital, o médico que iria realizar o a cirurgia avisou Rita que, sem explicações, um paciente havia deixado a UTI, o que faria com que ela conseguisse passar pelo procedimento. "Agradeça à sua santa por essa oportunidade", disse o cirurgião a Rita, que, emocionada, contou a experiência à reportagem.
Histórias como essa se repetem na vida de Rita de Cássia e, como ela gosta de falar, fazem com que continue acordando todos os dias. (F.A.)