O ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos Jorge Abissamra foi condenado pela Justiça da cidade. A condenação se deu juntamente com a então secretária, Priscila Gobbo Mende, por improbidade administrativa, dano ao erário na compra de imóveis e enriquecimento ilícito.
Segundo o juiz João Walter Cotrim Machado, Priscila e o ex-prefeito mantiveram uma relação pessoal e profissional. Ela foi secretária de clínica médica por ele nomeada, e, segundo declarou, atuou na administração de referida clínica e tiveram um filho juntos. O irmão de Priscila, Marcos Gobbo, também é uma pessoa próxima do ex-prefeito, tendo sido nomeado para cargo em comissão durante o mandato dele, e, ainda, estaria envolvido em atos de improbidade praticados pelo ex-chefe do Executivo.
Relatório de movimentação financeira de Priscila elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) evidencia que, em 2006, embora tivesse renda mensal declarada de R$ 4,8 mil, movimentou em sua conta corrente o valor de R$ 532.800, a partir de depósitos em espécie, de cheques emitidos por Abissamra, de transferências feitas da conta da esposa dele (Jorgete Abissamra) ou de empresas envolvidas em desvio de recursos públicos e fraudes em licitações.
De acordo com a ação civil movida Prefeitura de Ferraz, Priscila trabalhava como secretária na clínica de Abissamra e atuava como "laranja" para ocultar a aquisição de bens e valores a partir dos desvios do prefeito. Os dois foram condenados à perda de dois imóveis, um em Poá e outro no Guarujá, para que sejam repassados ao município, e a perda de função pública. O ex-prefeito foi condenado também ao pagamento de multa no valor do acréscimo patrimonial e Priscila a 1/3 do acréscimo patrimonial dela.
Abissamra disse à Imprensa que a decisão não condiz com as provas e irá apresentar recurso. Ele tem confiança de que, ao final, a ação será julgada improcedente. (F.A.)