Técnicos do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afirmaram que há pouca probabilidade de enchentes próximas às barragens, como as vistas em março deste ano, ocorrerem novamente, uma vez que o volume de chuvas na temporada passada foi superior ao esperado, em especial na primeira quinzena de março, destacou a própria Sabesp.
"Em Mogi das Cruzes choveu quase cem milímetros em cerca de uma hora, é algo fora do normal, excepcional. O reservatório ficou com nível elevado e verteu água. Mas foi um fato excepcional", destacou diretora da bacia do Alto Tietê pelo DAEE, Seiko Onu.
Tal afirmação foi endossada por outros técnicos representantes dos departamentos durante visita à represa Ponte Nova, em Salesópolis, na manhã de ontem. A represa tem sua operação executada por engenheiros e equipe técnica do DAEE em conjunto com a Sabesp e atualmente está com 78% da capacidade total.
Com o início da época de chuvas, os engenheiros responsáveis pela barragem já realizam a vazão do reservatório, com o objetivo de administrar a água que está sendo armazenada no local. Para isso, cerca de seis metros cúbicos por segundo estão sendo liberados da barragem, sendo que o número poderia ser maior, desde que os limites geográficos das margens dos rios Jundiaí e Tietê fossem respeitados e não estivessem ocupado por moradias.
"A gente poderia trabalhar com o limite de até oito metros cúbicos por segundo, mas se a gente fizesse isso, praticamente toda a região de proteção, onde moram pessoas, seria alagada, por isso não operamos no limite", destacou a engenheira responsável pela barragem, Ana Paula Nunes Camargo da Silva. 
Para que as águas estejam sempre em constante monitoramento, existe um sistema denominado "volume de espera", que estabelece um limite que o reservatório deve possuir para estar preparado para a época de chuva, iniciada no fim de setembro e que, tradicionalmente, se encerra no início de abril.