Com a aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) da legalização do uso medicinal da maconha, os produtos feitos com base no tetra-hidrocanabidiol (THC) e no canabidiol (CBD), princípios ativos da planta, poderão ser encontrados em farmácias. A decisão já começa a animar pais que tratam os filhos com medicamentos produzidos a parir da erva.
Este é o caso de Alberto Giovannini, técnico em farmácia e morador da região, que dedicou sua vida a estudar os benefícios do uso medicinal da maconha e tem um filho, Ítalo Giovannini, 8 anos, que possui autismo severo. Por uma coincidência, seu trabalho e vida pessoal se intercalaram quando o médico da criança recomendou o uso de medicamento à base de maconha, sem que Giovannini nunca tivesse conversado com o médico que estudava os benefícios do medicamento em outras patologias. "Nunca tinha comentado que trabalhava pesquisando sobre isso, e ele sugeriu que o Ítalo usasse o medicamento. Foi uma grande coincidência", disse o técnico em farmácia.
Na prática, Giovannini acredita que a liberação resulte no barateamento do produto, visto que atualmente ele importa de outros países, pagando altas taxas e impostos. "Acredito que em um primeiro momento, o preço ainda seja alto aqui no Brasil, mas mesmo assim é um primeiro passo, um passo muito positivo", completou.
De fato, a expectativa geral sobre o tema é que a legalização da maconha medicinal facilite a importação. A Anvisa afirmou que as empresas interessadas em entrar no mercado de produção do medicamento devem apresentar o conjunto de dados e informações técnicas que comprovem a qualidade, limites de especificação e métodos de controle de qualidade.
Giovanni disse que espera cerca de 90 dias desde o pedido de importação do produto, até que este chegue em casa. "Os resultados, no caso do meu filho, já são visíveis. Ele está tomando o medicamento há dois meses e questões como concentração já começam a melhorar significativamente", disse o técnico, ressaltando que, em média, os resultados mais consolidados dos medicamentos começam a serem notados a partir de três meses de uso regular.