Em Mogi das Cruzes, a proteção às vítimas de violência doméstica foi ampliada nos últimos anos e o cerco aos agressores vem sendo apertado com a atuação da Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal. Criada em abril de 2018, a ação já foi responsável pela prisão de 44 pessoas.
O grupamento conta atualmente com quatro equipes que acompanham 413 medidas protetivas concedidas pela Justiça a mulheres vítimas de violência. No último dia 18, por exemplo, um homem foi preso pela quarta vez por desrespeitar medida protetiva. O grupamento foi acionado pela vítima relatando que o acusado, que é seu enteado, havia invadido sua casa. "Infelizmente, a violência contra a mulher é um problema persistente na sociedade brasileira e que precisa ser combatido. A criação da Patrulha Maria da Penha busca oferecer mais segurança e tranquilidade às vítimas para que elas possam seguir suas vidas livres das ameaças e da violência dos agressores", pontua o prefeito Marcus Melo (PSDB).
Os números do problema no Brasil mostram a importância do serviço. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança, aconteceram 221.238 registros de violência doméstica no país em 2017, o que equivale a 606 casos por dia. Ainda durante o ano, foram registrados 1.133 casos de feminicídio no Brasil e 4.539 mulheres foram vítimas de homicídio.
Números disponibilizados pelo Governo Federal também chamam a atenção. De acordo com dados disponibilizados na campanha "Você tem voz", lançada em novembro, 536 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora no país. Já 70% das agressões contra mulheres ocorrem dentro de casa e 65% dos agressores são os próprios parceiros ou ex.
Evolução
Em Mogi das Cruzes, a Patrulha Maria da Penha iniciou suas atividades em 2018 acompanhando 21 medidas protetivas. Um ano depois da sua criação, em abril deste ano, o número de mulheres acompanhadas já havia crescido em dez vezes, passando a 223 vítimas. Oito meses depois, já são 413 medidas protetivas acompanhadas.
O número de prisões também cresceu. Em um ano de ação, a Patrulha Maria da Penha havia detido 21 agressores, número que dobrou nos oito meses seguintes. "O trabalho desenvolvido pela Guarda Municipal vem demonstrando resultado e ganhando a confiança das mulheres. Com as rondas realizadas, as vítimas se sentem mais seguras, ao mesmo tempo que outras pessoas procuram a Patrulha Maria da Penha em busca de atendimento. Quando o caso não é de flagrante, elas são orientadas pelos guardas municipais sobre como proceder", explica o secretário municipal de Segurança, Paulo Roberto Madureira Sales.