Mais um jovem mogiano morto durante a ação da Polícia Militar em um baile funk em Paraisópolis foi enterrado em Mogi das Cruzes. O sepultamento, que foi marcado por muita comoção da família e amigos, também teve revolta e indignação.
Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos, morava com os pais adotivos e trabalhava como operador de telemarketing. No dia, 28 de novembro, Santos comemorava seu aniversário, mas esperava o encontro que havia marcado com os amigos na noite de sábado.
No sábado, o grupo começou a planejar a ida a um baile funk, conhecido como "Baile da 17", em Paraisópolis e que ficaram curiosos para saber como funcionava um pancadão. Avisando os pais que iria dormir na casa de um amigo, o jovem seguiu para Paraisópolis. 
O amigo Caio Bernadino, 18, explicou à reportagem que o grupo estava muito animado para conhecer o local, mas chegando lá, o caos tomou conta. "Umas quatro horas da manhã, nós escutamos um "pipoco" bem forte e nisso começou a vir uma multidão, depois disso nós não vimos mais ninguém. O que nós conseguimos ver foram pessoas na viela recebendo pancada, gente caindo, gente pedindo socorro", disse.
Caio depois explicou que não viu o momento em que o jovem Santos morreu, mas questiona se o amigo foi pisoteado, como diz a versão da polícia. "Como que uma pessoa é pisoteada e não tem marca na roupa? O que aconteceu lá foi uma carnificina. O que aconteceu lá foi premeditado. Se eles quisessem, eles conseguiriam ter dispersado a multidão, eles conseguiriam ter mandado embora". Para a Vanine Cristiane Siqueira, irmã de Bruno, a causa da morte do jovem não está tão clara. "Você pode olhar e vai ver que isso aí não é pisoteamento. Pisoteamento, quando você cai com o rosto para cima, o rosto estaria todo arrebentado pela quantidade de gente. E você vê que ele tentou se defender, as mãos todas arrebentadas. Dói muito porque você vê que não foi uma morte natural, e sim tirada."
O corpo de Bruno Gabriel começou a ser velado por volta das 8 horas no Velório Cristo Redentor e foi enterrado, no Cemitério São Salvador, no Parque Monte Líbano, rodeado de amigos e familiares.
Já o jovem Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos, foi enterrado na segunda-feira, no Cemitério da Saudade, no distrito de Braz Cubas. 
A Secretaria de Segurança Pública explicou em nota que a Corregedoria da Polícia Militar assumiu o inquérito instaurado pelo 16º BPM/M e apura todas as circunstâncias do fato. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também instaurou inquérito policial, e as vítimas e testemunhas serão ouvidas. Os laudos necroscópicos estão em andamento e, assim que forem concluídos, serão analisados.
(*Texto supervisionado pelo editor)