A atitude de quem dedica parte do tempo para ajudar aqueles que mais precisam, em especial nesta data com tanta simbologia, como o Natal, chama atenção e nos faz refletir sobre o verdadeiro significado do feriado. Este é o caso do educador-físico Rodrigo de Souza, 38 anos, que desde 2015 mergulha de cabeça no projeto Missão Intensidade e proporciona natais melhores a pessoas que necessitam.
Há quatro anos, ele e um grupo de amigos arrecadam mantimentos e realizam ceia de Natal no dia 25 de dezembro para cerca de 150 crianças dos bairros da divisa de Mogi das Cruzes com Itaquaquecetuba. Mas, de onde vem tanta força para manter o audacioso projeto, mesmo com as dificuldades que o trabalho voluntário enfrenta no Brasil? Talvez, no caso de Souza, fundador e diretor-executivo do grupo, a força esteja em sua história.
De origem humilde, com pai alcoólatra e com outros seis irmãos na casa, o educador-físico revelou que por diversas vezes não pôde celebrar o Natal da maneira que gostaria, com ceia farta e presentes para todos. Além disso, a celebração não tinha o principal: a união entre a família. "Passamos algumas dificuldades e não tínhamos muito o que comer no Natal. Quando fomos crescendo (ele e seus irmãos) e conquistando independência financeira, conseguimos proporcionar um Natal melhor para nossa família", relatou Souza. Já adulto, mesmo podendo atender suas vontades, Souza ainda sentia que algo lhe faltava: ele sabia que outras pessoas próximas a ele não teriam a oportunidade de desfrutar de uma ceia. Foi quando a responsabilidade bateu à porta e nasceu o desejo de ajudar pessoas e mobilizar um grupo em prol de sua causa. Assim, nasceu o "Missão Intensidade", que hoje auxilia 150 pessoas no Natal.
Os preparativos para a ceia começam sempre no dia 24 de dezembro. Quando terminados, normalmente por volta das 4 ou 5 horas da manhã, o grupo se reúne com os jovens, formam uma "família" - como o próprio Souza faz questão de dizer - e celebram o Natal, de maneira simples, mas com união e amor.
"A ceia de Natal que a gente faz não é só para oferecer comida aos meninos e sim para viver um momento importante de união. Pelos menos uma vez no ano essas crianças e jovens precisam ter esse senso de família, com alegria e amor. Isso que tentamos proporcionar", concluiu.