A mãe de Beth Nogueira, Haydée, nasceu em Guararema e o pai, Paulo, é mineiro da cidade de Cristina. Ainda jovens, os dois se conheceram em Mogi das Cruzes, em 1945, em uma festa na qual se comemorava o retorno dos expedicionários que lutaram na 2º Guerra Mundial, entre eles, o combatente Paulo.
“Eu morei muito tempo com a minha avó, na rua Capitão Manoel Caetano, esquina com a rua Barão de Jaceguai. Era um casarão que tinha ali. Depois mudamos para a Barão de Jaceguai. Passado um tempo meu pai adquiriu a pizzaria Maracanã e comprou uma casa na Capitão Manoel Caetano com a rua Ricardo Vilela. Só saí de lá para casar, em 1971”, relembrou.
Talvez, uma das lembranças mais marcantes da juventude de Beth esteja na época em que ela foi uma das escocesinhas do Instituto de Educação Washington Luiz, nos anos 60. “Fui escocesinha junto com a fanfarra. Era um pelotão de meninas que vestiam roupas de escocesas e tocavam flauta. Ganhamos muitos concursos no Estado de São Paulo e viajamos para muitas cidades se apresentando. Éramos muito requisitadas. Foi uma parte da minha adolescência muito bonita. Fizemos amizades que duram até hoje. Todos os anos, no último sábado de setembro, a gente se reúne lá no Caipirado – mais de cem pessoas. É muito gostoso a gente se rever todos os anos”, contou.
Ainda durante a entrevista, Beth fez questão de apresentar alguns espaços da casa, os quais ela classifica como sendo preferidos: a sala de TV e o quintal. Na parte externa, a mogiana fez questão de falar sobre suas mudas de orquídeas e o espaço onde a família sempre se reúne no Natal. “Aliás, por pouco vocês não pegaram a casa toda decorada porque é bem nesta época que eu começo a arrumar”, explicou.
Aos domingos, Beth ainda mantém a rotina, de mais de 30 anos, de almoçar com o pai. Paulo Pereira de Carvalho foi proprietário da Pizzaria Maracanã e dirigiu o Terraço Paulo. O ex-combatente também tem sua história contada em um livro, o “Campo Minado”, escrito por uma familiar, a mogiana Amair de Campos Padggurchi. “Meu pai está com 98 anos e todos os domingos eu almoço com ele. Hoje, ele não faz mais o almoço, mas orienta de perto a empregada como fazer o cardápio. Ele é festeiro, dança forró e mora sozinho. Está totalmente lúcido”, finalizou.