Com tendência de crescimento para os próximos anos, o número de casamentos homoafetivos em Mogi das Cruzes apresentou aumento de 37,5% na comparação entre o ano passado e 2017, apontou o relatório elaborado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com base nas estatísticas de registros civis do Estado de São Paulo, divulgadas na manhã de ontem.
Na cidade foram 15 novos casais a mais do mesmo sexo que se oficializaram ao longo de 2018, já que foram registradas 55 uniões ante as 40 formalizadas em cartório em 2017. De fato o número municipal acompanha a tendência estadual, visto que as uniões homoafetivas registraram expressivo aumento. Eram 2.497 em 2017 e subiram para 4.100 em 2018 em todo o Estado, uma elevação de 64%.
Levando em consideração as cinco cidades mais populosas do Alto Tietê (Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá), chamada de G5, o aumento foi de 23,8% na comparação entre os anos, com destaque para Mogi, onde foram celebradas 55 uniões no último ano, aumento de 37,5% em relação os registros de 2017 (40), sendo a cidade que mais oficializou celebrações homoafetivas do G5 do Alto Tietê. Ao todo na região foram celebradas 109 uniões homoafetivas em cartório no ano passado - anteriormente foram 88.
O sociólogo e professor Afonso Pola tem uma explicação para este fenômeno e aponta para uma busca por afirmação legal por parte dos casais homoafetivos. Na visão do professor, o incômodo social causado pela união homoafetiva ainda existe e os casais lutam cada vez mais para quebrar esta barreira. "O casamento homoafetivo causa um incômodo social muito grave, eu acredito que há uma tentativa de afirmação dessa possibilidade de opção, sendo que esta afirmação passa por se tornar público uma relação e, no caso, com a necessidade de formalizar essa situação", comentou o professor.
Embasado nos dados dos últimos anos, o sociólogo também afirmou que o aumento das uniões entre pessoas do mesmo sexo é uma tendência, ao passo que os casais que atualmente decidem tornar pública e oficial suas relações sirvam como espelhos para aqueles que ainda não tomaram esta decisão. "É uma tendência sim, deve continuar nesta situação nos próximos anos, na medida que mais pessoas tomem essa decisão publicamente isso acaba motivando para que outras também a façam, até que a sociedade enxerguem as relações homoafetivas com mais naturalidade", completou Pola.
Idade dos casais
Independente do tipo de casamento, os moradores do Alto Tietê têm oficializado o matrimônio após os 30 anos de idade. A média de idade analisada para o Estado foi indicada como 34 anos para o público masculino, e se manteve para os noivos do Alto Tietê de acordo com o levantamento da Fundação Seade. Já para as mulheres, a média da região foi estipulada em 31 anos, abaixo da idade média do Estado, computada em 32 anos.
*Texto supervisionado pelo editor.