Itaquaquecetuba foi o sexto município paulista com maior número de homicídios de adolescentes entre os 15 a 19 anos, de 2008 até 2017. Poá e Ferraz de Vasconcelos também tiveram números elevados. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde e o levantamento foi realizado pelo Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência.
O homicídio de jovens é um desafio localizado em diversos municípios que, historicamente, concentram maior parte das mortes. No período de 2008 e 2017, a capital concentrou o maior número de mortes: 2.359. Nesse mesmo período, Itaquá concentrou 138 mortes.
Somente no ano de 2017, último ano atualizado, Poá teve quatro mortes de adolescentes e Ferraz apresentou sete casos. Os dois estão na lista de municípios paulistas com maior taxa de homicídios de adolescentes naquele ano.
Segundo o coronel da Polícia Militar, Nobuo Aoki Xiol, os números representam uma realidade dos jovens que estão à margem da região. "Os três municípios listados sempre apresentaram um índice de criminalidade alta ao longo dos anos, nós não podemos afirmar que o número de mortes são por causa disso, mas a tendência é que os dados sejam de homicídios dolosos', apontou.
O comitê que é formado pela Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apontaram que a probabilidade de um adolescente morrer vítima de homicídio no estado de São Paulo é 85% maior do que a de um adulto de 30 anos ou mais. Este é o grupo com mais risco de ser assassinado.
"Nestas regiões de criminalidade alta, os jovens tendem a ter um complexo de invulnerabilidade, que conseguem tudo e que nunca vai acontecer nada com eles. O mundo do crime acaba aproveitando disso e pegam estes jovens para trabalharem", finalizou Xiol.
*Texto supervisionado pelo editor.