A queda revelada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços na semana passada a respeito da balança de importações e exportações dos municípios do Alto Tietê, na comparação entre os primeiros nove meses de 2018 e o mesmo período deste ano, é preocupante. No cruzamento de todos os índices, seja de vendas como de compras, ou até mesmo no saldo entre ambas, a média de retração fica em torno de 30%. É muita coisa para um período em que se esperava a recuperação da economia. Na prática, e isso é o mais agravante, a expectativa de crescimento a partir de um novo governo não está vingando, pelo menos até o momento.
Para se ter a ideia exata, o volume de exportações na região em 2018, de janeiro a setembro, foi de US$ 884,53 milhões e, neste ano, ficou em US$ 634,73 milhões, o que representa uma redução de US$ 249,80 milhões, ou 28%. Nas importações, a situação é bem semelhante: US$ 1.332,62 bilhão em 2018 e US$ 945,64 milhões neste ano. A diferença de US$ 386,98 milhões equivale a uma queda de 29%. O saldo entre exportação e importação é de US$ 448,09 milhões no ano passado e de US$ 310,91 milhões em 2019, ambos a favor da importação. O resultado de US$ 137,18 milhões corresponde a uma baixa de 30% entre os períodos avaliados.
A análise sobre o fenômeno recai, acima de tudo, à própria instabilidade do mercado mundial. De fato, a crise econômica atingiu muitas nações, em maior ou menor grau, o que resvalou diretamente na vida financeira das cidades. A forte concorrência, principalmente motivada pela expansão do mercado produtor asiático, responsável pela criação de artigos baratos e com boa qualidade, colocou um freio na demanda regional. Assim, vender ao mercado internacional ficou bem mais difícil, pois os preços dificultam a competitividade.
Para encarar esta situação, as empresas do Alto Tietê vão precisar bem mais do que a costura de acordos e parcerias promovidas na boa relação entre as prefeituras e os contatos internacionais. Talvez o ideal seja buscar segmentos de produção onde a concorrência possa ser favorável às condições regionais.