Adilson Bergantin é dentista e professor universitário no curso de Odontologia da UMC há mais de 30 anos. Bastou pouco tempo de conversa para que ele deixasse explícito o amor que nutre pela profissão. Gosta de falar sobre os alunos e das modificações que vira e mexe promove no consultório e da sua dedicação aos pacientes. A impressão que ele passou durante a entrevista é de que, mesmo após três décadas na profissão, ainda mantém acesa aquela chama que foi iniciada lá em 1983.
Questionado se tem noção de quantos pacientes já atendeu durante este tempo, Bergantin, é claro, sorriu. Rapidamente consultou um programa em seu computador que contabiliza os atendimentos dos últimos 15 anos. Resposta: são quatro mil pacientes cadastrados.
"Eu sou assim: me dedico ao máximo pelos meus pacientes para dar o melhor para eles. E levo isso para a sala de aula. Às vezes, temos o paciente mais humilde e eu digo: 'imagina que este paciente é a sua mãe, ou uma pessoa que você gosta muito'. Tem de ter um princípio, uma conduta, uma retidão. Dizem que eu mimo demais meus pacientes, mas me sinto bem os tratando assim. Se me ligam com dor de dente, pode ser fim semana, por exemplo, e se eu estiver por aqui, com certeza, virei para o consultório para atender. Para mim são 30 minutos, mas para o paciente, muitas vezes, é o alívio de uma dor", comparou.
Bergantin tem um vasto material de vivência na profissão que sempre é compartilhado com seus alunos. Talvez, mesmo com toda as suas especializações, a experiência do dia a dia na profissão ainda seja a maior fonte de aprendizado para os estudantes de Odontologia que veem em Bergantin não só um professor universitário, mas um exemplo a ser seguido. "Não adianta o aluno mirar só nos ganhos. Não dá certo. Tem de ter amor pela profissão. É como eu digo: sempre tento estar de bom humor aqui para atender as pessoas e, se não estou, nem venho trabalhar. Odontologia é saúde. Passo isso para os alunos e eles não podem perder este foco", ensinou.
A palavra aposentadoria, pelo visto, ainda não passa pela cabeça do professor universitário. Ele segue cheio de gás, dividindo a sua rotina entre os pacientes no consultório e as aulas na UMC. "Hoje, não penso em parar. Eu gosto de estar aqui. Às vezes, tiro férias e já sinto falta deste agito", finalizou.