A Câmara de Vereadores de Mogi das Cruzes aprovou, com ampla maioria, uma indicação para que a Escola Estadual Pedro Malozze, no bairro Alto Ipiranga, tenha atenção da prefeitura para receber o modelo cívico-militar, proposto pelo governo federal.
Com votos contrários dos vereadores petistas Rodrigo Valverde e Iduigues Ferreira Martins, o documento sugere que a unidade tenha especial atenção da administração municipal para, caso esta manifeste interesse junto à União (fato que deve acontecer nos próximos dias), tenha como prioridade a instalação na escola Pedro Malozze, principalmente pelo grande número de alunos, conforme detalhou o autor da indicação, vereador Otto Rezende (PSD). "Eu estudei em escola militar e meu pai também é militar. Queremos uma escola que tenha representatividade e uma diretoria que os professores acreditem no trabalho deles", destacou Rezende. Apesar da indicação do Legislativo, por ser uma escola de administração estadual, o processo deverá passar pelo Palácio dos Bandeirantes.
A oposição da Casa de Leis afirmou que o problema da educação no Brasil é estrutural e que não será resolvido com a instalação que algumas escolas cívico-militares. O parlamentar petista Iduigues Ferreira Martins questionou a eficácia do modelo, que em sua opinião não bastará sem reformas mais abrangentes. "O que a escola cívico-militar vai mudar para os alunos do Brasil, sem alterar a política pública de educação e sem, por exemplo, alterar a política salarial dos professores?", questionou.
O projeto
Segundo o governo federal, a escola cívico-militar é um modelo desenvolvido para promover a melhoria na qualidade da Educação Básica do país. Para isso, será construído um ambiente de parcerias e de maior vínculo entre gestores, professores, militares, estudantes e até mesmo pais e responsáveis.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) destacou a disciplina em escolas com tutela de militares e as classificou como fundamentais para o desenvolvimento do país. O modelo vai abranger as áreas didático-pedagógica, educacional e administrativa, sendo que apenas nesses dois últimos pontos haverá a participação dos militares.
*Texto supervisionado pelo editor.