Em 1950, um novo reservatório de água foi construído em Mogi das Cruzes. O equipamento, já nos anos 60, com a criação do Serviço Municipal de Águas e Esgoto (Semae), por meio da Lei Municipal 1.613, de 7 de novembro de 1966, passou a ser utilizado pela autarquia. Tinha capacidade para 600 mil litros de água e, naquela época, era capaz de abastecer todo o município.
Hoje, o reservatório quase não tem sem uso. Mesmo assim, continua lá, intacto, como um ícone que pode ser visto de vários pontos da cidade. A antiga caixa d'água, entretanto, se tornou um símbolo mogiano, assim como o Semae. Em 2016, a autarquia completou 50 anos e, para comemorar o cinquentenário, a prefeitura confeccionou um livro, escrito pelos jornalistas Julio Nogueira, Luiz Maritan e Marco Aurélio Sobreiro, que conta a história da empresa. "O Semae tem muita identificação com Mogi. Tanto que a imagem da caixa d'água se tornou um símbolo. E o mogiano sente o Semae como um patrimônio da cidade", ostentou o diretor do Semae, Glauco Silva.
Crise hídrica
Durante a entrevista, o dirigente contou ainda que o susto provocado pela crise hídrica, em 2015, serviu de lição, tanto para a autarquia como para a conscientização da população. A partir daquela época, o Semae mudou uma série de protocolos. "Mudaram atitudes, não só aqui, mas da população também. Percebemos hoje que as pessoas se preocupam mais quando presenciam um vazamento de água, por exemplo. Elas querem que o problema seja resolvido rapidamente. Antes eu creio que tivesse uma certa conformidade. Há uma conscientização da população da real importância da água. O desespero deles é tão grande quanto o nosso", contou.
O pai e o DAEE
A propósito, a água - um dos principais recursos naturais do planeta - já era assunto na infância do diretor do Semae. O pai dele, por uma grande coincidência, foi funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica, o DAEE. "Eu morei por muitos anos na barragem de Taiaçupeba. Morei lá por 17 anos. Depois que meu pai se aposentou, nós viemos morar no centro de Mogi. Hoje, ele tem 85 anos. O mais bacana nisso tudo é que eu acabo me relacionando com muitos funcionários destes órgãos institucionais, DAEE, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), e tem muita gente remanescente da época do meu pai. Tem até gente que eu conheci quando era criança. Muito legal isso", finalizou.