É inegável que o Brasil atravessa um momento ímpar de sua história. A crise financeira que afetou o país em 2014 ainda deixa resquícios e faz com que algumas demandas do âmbito municipal fiquem em segundo plano.
Solucionar contratempos exige planejamento e pensamento a longo prazo. Talvez esta seja a lição de casa que vem sendo colocada em prática em Mogi das Cruzes. A cidade tem conseguido tirar do papel importantes obras, a exemplo disso as intervenções na área de mobilidade urbana. Entretanto, é preciso dar continuidade a todo este aparato. E ainda há muito a ser feito.
As passagens de nível, por exemplo, ainda são o pesadelo do mogiano. É fato que a cidade começou a caminhar neste sentido com a construção dos dois túneis na região da praça Sacadura Cabral, mas é preciso avançar. Ainda quando o assunto é mobilidade, a modernização e ampliação da estação ferroviária de Mogi também aparece entre os pedidos frequentes dos usuários do sistema sob trilhos.
De fato, boa parte das cidades de porte médio, como Mogi, sofre com a questão da mobilidade, principalmente pelo crescimento populacional. Esse aumento de moradores desordenado se reflete diretamente na questão das moradias, já que uma parcela da população ainda reside em áreas irregulares. Jardim Piatã I, 50 famílias sofrem com uma ordem de despejo e, caso nada seja feito, terão de deixar a área. Jundiapeba, 459 famílias que moram irregularmente sob as linhas de transmissão da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) aguardam decisões judiciais para terem certeza se serão retiradas de suas casas.
Quem também aguarda em filas por uma oportunidade são as mães mogianas, que trazem à tona outro desafio para a cidade: vagas em creches. Neste quesito, números oficiais da Defensoria Pública apontam que 295 pessoas procuraram o órgão para garantir o direito ao acesso as unidades primarias do ensino público municipal. Vale ressaltar que neste quesito, Mogi vem fazendo sua parte, tanto que atualmente quatro creches estão em construção na cidade. Bem verdade que questões como estas estão sendo tratadas no Plano Diretor Municipal, que deve nortear o desenvolvimento da cidade para os próximos dez anos, revisando o que foi proposto pelo último modelo, de 2006.
Polo Industrial
O crescimento de Mogi também está diretamente relacionada com seu principal polo industrial, o Distrito do Taboão. A construção de uma via de ligação direta com a rodovia Presidente Dutra é uma demanda antiga da Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão (Agestab) que depende expressamente dos esforços da administração municipal, já que o Departamento de Estada de Rodagem (DER) aguarda o projeto de análise que precisa ser enviado pela prefeitura.