A rapper Criola, de 19 anos, começou a escrever poesias ainda na infância, mesmo sem saber que o que estava fazendo era rap. Em suas músicas, a rapper prefere escrever letras que incentive as pessoas a acreditarem em si. “Geralmente eu falo bastante em acreditar nas vitórias, seja da mulher negra, do jovem da periferia ou de qualquer pessoa em si”, destacou a rapper.
Em décadas passadas, era muito raro a presença de mulheres em batalhas de rima ou em shows de rap. Hoje, o número de cantoras está crescendo, pois elas estão mais confiantes para mostrar o trabalho. “As batalhas mudaram bastante porque as mulheres começaram a se movimentar mais. Elas passaram a ter coragem de participar desses eventos. Antigamente, havia muito mais preconceito, não porque não acreditavam que a mulher não tivesse capacidade intelectual para fazer rimas, mas porque acabavam virando chacota sexual”, ressaltou a cantora.
Na hora de produzir as músicas, Criola acredita que existe diferença entre a maneira que homens e mulheres abordam os temas sociais. “O homem costuma retratar o rap de uma forma mais brutal, não que as mulheres não consigam fazer o mesmo, elas conseguem sim. Porém, eu acredito que a mulher consegue retratar com mais sentimento e sensibilidade. Hoje, o rap que as mulheres fazem está focado mais no feminicídio e no feminismo, algo da vivência da mulher”, afirmou Criola. (M.Q.)