Os índices de homicídios em Itaquaquecetuba oscilaram nos últimos nove anos, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). No período, a queda nesse tipo de crime foi de 36,3% , passando de 66 para 42 casos. Em 2016, um levantamento divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), denominado "Mapa da Violência" revelou que o município estava entre as dez cidades do país com o maior índice de assassinatos com uso de arma de fogo a cada 100 mil habitantes.
Apesar dos números altos, essa realidade tem se alterado no decorrer dos anos. De janeiro a julho deste ano, conforme dados mais recentes da SSP, a cidade registrou dez homicídios, o que indica que até dezembro se a taxa de crimes continuar nesse ritmo, o ano fechará com 17 assassinatos, número bem abaixo se comparado com o registrado no ano passado, quando Itaquá fechou 2018 com 42 homicídios. Sendo assim, apresentaria uma queda de 59% nos casos.
No entanto, se comparar os casos registrados entre 2018 e 2017, é possível perceber um aumento de 20%, já que em 2017 foram 35 homicídios, e em 2018, 42. Os crimes ocorridos em 2015 e 2016 apresentaram uma pequena oscilação, visto que em 2015 foram 49 assassinatos e em 2016, 45.
Do período de 2009 a 2014, os índices de assassinatos apresentados foram altos. Em 2009, por exemplo, Itaquá teve 66 casos de homicídios, enquanto que em 2010 foram 65. Os anos de 2011 e 2013 foram os que tiveram mais casos, cada um com 69. Em 2012 foram 63 homicídios e em 2014, 52.
O ano com o menor número de casos, deixando de lado 2019, já que não há números fechados do ano inteiro, foi 2017, como já citado, com 35 casos. Se comparar os casos de 2009 com 2017, é possível observar uma queda significativa de 46%. Já a comparação entre 2011 a 2017, revelou uma baixa de 49%.
Para o delegado do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), Eduardo Boigues, que atuou por mais de dez anos à frente do Setor de Homicídios de Itaquá, a redução é reflexo do trabalho da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal. "Se parar para observar, os dados da SSP, em 2001 foram 209 assassinatos, e em 2016 foram 45, ou seja, tivemos uma redução de mais de 80% nos casos. Itaquá era considerada a terceira cidade mais violenta do Estado, com muita criminalidade. Mas com bom trabalho, as forças de segurança estão focadas em salvar a vida das pessoas", disse.
Itaquaquecetuba é a única cidade do Alto Tietê com um Batalhão de Polícia Militar (BPM) que atende o município como um todo. De acordo com o comandante do BPM, o tenente-coronel Figueiredo, a diminuição nos índices se dá pelo fato de um trabalho contínuo que a PM realiza, principalmente na questão do desarmamento. "As ação precisam ser contínuas, fazendo o desarmamento de quem é um potencial homicida, então os resultados vão aparecendo ao longo dos anos com o trabalho de apreensão", destacou.