O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), revelou na manhã de ontem, em Guararema, durante inauguração da nova fábrica de uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a Mars, que vai anunciar nos próximos dias novidades para a área da Habitação em Mogi das Cruzes e demais municípios do Alto Tietê. A confirmação foi divulgada por Doria durante coletiva de Imprensa, ao ser questionado se o programa estadual Nossa Casa, lançado na tarde de ontem no Palácio dos Bandeirantes, traria novidades para a região. O programa deve atender todos os municípios do Estado e as prefeituras devem se inscrever para, futuramente, serem contempladas com as novas habitações.
De acordo com o governador, em breve, o anúncio será feito juntamente com o secretário de Estado da Habitação, Flavio Amary. "Vamos fazer um anúncio em breve, dentro dos próximos dias. Traremos boas notícias", afirmou o tucano.
O programa Nossa Casa funcionará da seguinte forma: a Secretaria de Habitação fornecerá cheques-moradias de até R$ 40 mil para famílias com renda de até três salários mínimos. "Elas terão que arcar com financiamento em torno de R$ 60 mil, que serão divididos em parcelas mensais de R$ 450. Conforme a localização do empreendimento as parcelas poderão ser menores. Terão prioridade as famílias que recebem auxílio-moradia", informou Doria.
O governo de São Paulo apresentou ontem a primeira fase do programa Nossa Casa, que começa com a construção de 26.735 unidades habitacionais em mais de 120 municípios do Estado. Nenhuma cidade do Alto Tietê está inscrita nesta primeira lista.
Demandas
Em Mogi das Cruzes há diversos impasses que envolvem habitação. Um deles é o caso das 459 famílias que residem debaixo das torres de alta tensão da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (ISA-CTEEP), no em Jundiapeba, considerado pelo vereador Rodrigo Valverde (PT) um dos maiores problemas habitacionais do município. Sem previsão de novos empreendimentos na cidade, o programa Nossa Casa seria uma alternativa para solucionar alguns desses casos, já que o Estado entra com o investimento de R$ 1 bilhão (total para todos os municípios que serão contemplados no Estado) e as prefeituras definirão as famílias que serão atendidas.
Outra situação, também em Jundiapeba, são de famílias que residem próximas ao rio Jundiaí, que enfrentaram desde julho uma ordem de despejo. Em agosto, cerca de 50 famílias que residem no Jardim Piatã I, que receberam uma ameaça de despejo, aguardam um levantamento da Coordenadoria Municipal de Habitação com o objetivo de analisar futuras medidas migratórias.
Já no Jardim Aeroporto II, em maio deste ano, um grupo de moradores realizou uma manifestação interditando o trânsito na avenida Japão, contra o corte de energia elétrica de aproximadamente 150 famílias, realizado pela EDP, fornecedora do serviço na região. À época, a empresa informou que a ação foi uma retirada de ligações clandestinas.