A unidade da Gerdau de Mogi das Cruzes, no Jardim Armênia, desligou 20 funcionários que estavam em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho). A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes que, por meio de seu vice-presidente, David Martins, disse ainda estar preocupado com as constantes transferências de funcionários que vêm sendo praticadas pela empresa siderúrgica.
De acordo com Martins, há uma tendência da Gerdau em transferir alguns funcionários entre suas unidades, "forçando" assim o empregado a pedir demissão, evitando os custos que seriam gerados pelo desligamento por parte da empresa.
"Essa situação começou a acontecer recentemente, mas temos medo que isso ocorra em grande escala, se tornando uma tendência", destacou o representante do sindicato.
De acordo com Martins, um funcionário que foi realocado para a unidade mogiana, oriundo da filial de Sorocaba que, por não reunir condições financeiras para se estabelecer em Mogi, estaria dormindo dentro de seu próprio carro, no estacionamento da empresa. "Ele veio de Sorocaba e não tem casa em Mogi, nem dinheiro para alugar um imóvel, já que ele paga aluguel em Sorocaba. A empresa está forçando o funcionário a pedir demissão", questionou Martins.
Não é a primeira vez que a Gerdau adota o sistema de layoff. Durante a crise econômica brasileira, em 2015 e 2016 e 2017, a situação se repetiu na siderúrgica. "Falta humanidade para a empresa. Estão tratando o trabalhador como uma máquina, isso e muito grave", reafirma Martins, que promete ainda, caso tenha início uma transferência em massa por parte da empresa com o proposito de forçar o desligamento dos funcionários, representar uma liminar para que o funcionário tenha estrutura nessas realocações. "Que seja pago um hotel, por exemplo. O que não pode é jogar o trabalhador de um lado para o outro", completou o representante do sindicato.
No começo deste ano, cerca de 150 funcionários firmaram um acordo com a empresa para a suspensão do contrato de trabalho, sendo que o desligamento de parte da mão de obra era eminente, já que pouco antes deste layoff, a empresa já havia concedido férias coletivas ao efetivo e o uso de banco de horas.
A reportagem tentou contato com a empresa para confirmar as informações, mas não obteve sucesso.
*Texto supervisionado pelo editor.