Uma vizinhança calada, tentando acabar de vez com as memórias negativas que ocorreram há seis meses no bairro Jardim Imperador. Moradores do quarteirão da Escola Estadual Professor Raul Brasil e ex-alunos da unidade explicaram ontem que o sentimento do bairro é uma mistura de silêncio e normalidade.
A ex-estudante da escola e costureira Edineia Aparecida, 45, que há seis meses se desesperou quando sua filha Emilly, 14, avisou que dois jovens haviam entrado na escola e atirado nos colegas dela, afirmou que sua rotina voltou ao habitual e que tenta ao máximo evitar o assunto na frente de sua filha. "A rotina volta, mas o clima ainda é de tristeza. O Bairro fica muito quieto, ninguém gosta muito de falar nisso. Todo dia ela fala as mesmas coisas, lembra de tudo e chora novamente".
Para alguns moradores do Jardim Imperador, a normalidade nunca deixou o bairro, principalmente pelo sentimento de que a fase conturbada iria passar. O aposentado Horácio Pereira Nunes, 68, morador da rua Jaime Forte, confirmou o silêncio após o crime. "O bairro está um pouco fechado os próprios vizinhos não estão se falando muito, mas para mim não está tão diferente, sabíamos que isso iria passar", confirmou Nunes.
A aposentada Maria Aparecida Ciocche, 67, estudou na escola, assim como seus três filhos. Ela destacou que o bairro mudou após o atentado de 13 de março. "A normalidade voltou meio forçada. Mas a gente ainda fica com o pé atras, vivemos com um pouco de medo do que pode acontecer, mesmo sabendo que isso é difícil", finalizou. 
Botão do pânico
Após o caso da Raul Brasil, a segurança nas escolas virou assunto principal. Em Arujá, por exemplo, a Secretaria Municipal de Segurança Pública, por meio da Guarda Civil Municipal, está liberando acesso ao "Botão do Pânico" do aplicativo 153 Cidadão para todos os diretores, coordenadores e demais responsáveis de escolas. O aplicativo foi lançado em dezembro de 2018, já recebeu 796 chamadas de ocorrências e é utilizado por mais de 380 pessoas.
*Texto supervisionado pelo editor.