Na relação das pessoas físicas ou jurídicas que possuem débitos com a Fazenda Nacional e o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), inscritos em Dívida Ativa, a empresa de Mogi das Cruzes que configura como a maior devedora é a Transporte e Turismo Erole LTDA, com um débito de R$ 18.819.153,34.
A organização criada em 1934 e que por mais de seis décadas deteve a concessão do transporte público municipal possui uma dívida ainda maior se levados em consideração os débitos previdenciários (R$ 175.247.838,97) e os tributários não previdenciários (R$ 11.123.038,64), somando o montante de R$ 276,8 milhões.
Números da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) divulgados pela reportagem do Mogi News no último domingo indicam que há 313 empresas mogianas com dívidas relacionadas ao FGTS. Os dados apontam ainda que o valor acumulado entre as empresas devedoras é de R$ 66.616.382. Isso significa que 28% de todo o montante que é devido à União referente à Mogi são provenientes da extinta Eroles.
Na tentativa de atuar com o nome limpo na região, em 2004 a empresa alterou seu nome para Mito Transporte e Turismo, sendo responsável pelo transporte público de Mogi até janeiro de 2009, quando o então prefeito Marco Bertaiolli (PSD) suspendeu o contrato de concessão do serviço da organização, que descumpriu o acordo legal com o município e se mostrou incapaz de operar as 90 tabelas horárias que eram de sua responsabilidade.
Apesar das dívidas acumuladas pela Eroles, a empresa tem grande importância para o desenvolvimento do Alto Tietê, principalmente pela figura de seu fundador, Henrique Eroles, nascido em Guararema, em 1898. Eroles, que dá nome a empresa de transporte coletivo que teve seu auge na década de 80, foi pioneiro na área de transportes em 1934, quando adquiriu sua primeira "jardineira" (usada) e passou a ser motorista e mecânico, dando início às atividades de seu novo empreendimento.
A Reportagem tentou contato com representantes da Eroles, mas não obteve retorno.
*Texto supervisionado pelo editor.