As peixarias e restaurantes de Suzano que trabalham com produtos do litoral estão sentindo os prejuízos com a interdição da rodovia Mogi-Bertioga (SP-98), que permanece interditada por conta de deslizamentos de terra. Uma opção é adquirir os pescados em outros locais, como a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Esse é o caso do comerciante e proprietário do restaurante Toca do Peixe, Armando Fujii. Ele costumava pescar em Bertioga, mas com a interdição, está procurando alternativas para abastecer o estabelecimento. "Uma opção é ir ao Ceagesp. Agora não dá mais para ir a Bertioga, é preciso procurar outros lugares, como Itanhaém, por exemplo", apontou.
Além de pescar, Fujii também comprava alguns pescados em Bertioga, como ostras, camarão e caranguejo, entretanto, como não consegue ir até o litoral para buscar os alimentos e os fornecedores não conseguem subir a serra, está trabalhando sem os produtos. "Trabalhava com ostra que eu pegava em Bertioga. Esses dias estão parados, não estamos trabalhando com ostras, camarão, caranguejo e várias outras iguarias", disse.
Outro comércio que tem sido afetado pela interdição da rodovia são as peixarias. O comerciante Walter Valverde, proprietário da peixaria Pardo Valverde, relata que, apesar de comprar os produtos, a maior parte deles é destinado para Bertioga. Os deslizamentos de terra na estrada afetaram diretamente as vendas, já que ele tem contrato com empresas no litoral, e a rota é a Mogi-Bertioga. "Parou tudo, não tem o que fazer. Para conseguir entregar é preciso fazer o caminho pela rodovia Anchieta, ir por Santos, o que gasta muito mais tempo", relatou.
Com a dificuldade de entregar os produtos, Valverde conta que houve uma queda no valor em seu negócio, pois a dificuldade de vender aumentou. "Eu tenho minhas entregas, mais vendo do que compro, forneço para várias barracas lá de Bertioga, mas o preço dos pescados baixou porque não está tendo saída. Gasto mais também pelo fato de ter que fazer uma rota mais longa", concluiu.