Milhares de pessoas manifestaram-se neste sábado (4) em todo o mundo pela Palestina, com Barcelona a mobilizar mais de 70 mil pessoas e Roma, "dezenas de milhares". Outras protestos ainda estão previstos ou se realizam em Nova York e Madri.  Na Espanha, houve atos de protesto em Vigo, Sevilha, Málaga, Pamplona e Barcelona. Em Vigo, a agência noticiosa espanhola Efe informou que cerca de 4 mil pessoas, segundo os organizadores, desafiaram a chuva e marcharam pelas ruas do centro da cidade para expressar solidariedade à causa palestina e "denunciar o genocídio" que Israel comete na Faixa de Gaza. A Efe relata que entre os guarda-chuvas estavam bandeiras e cartazes com palavras de ordem como "Não é uma guerra, é um genocídio". As pessoas entoavam canções como "Desde o rio até o mar, Palestina vencerá", sobre o histórico slogan adotado na década de 1960. A manifestação ocorreu sem incidentes e, segundo a polícia, contou com 2 mil agentes cerca da metade do que era previsto pelos organizadores. Para este domingo (5) está prevista outra manifestação, desta vez em Santiago de Compostela, convocada pela Coordenadora Galega de Solidariedade com a Palestina, e é esperada a chegada de vários ônibus de diferentes pontos da Galiza. No sul do país, em Sevilha, milhares de pessoas participaram dos protestos convocados em apoio ao povo palestino e para pedir a libertação dos membros da flotilha que levava ajuda humanitária a Gaza e que foram detidos por Israel. Segundo a Efe, nessa manifestação foram erguidas várias bandeiras da Palestina. Entre os participantes encontrava-se o coordenador federal da Esquerda Unida, Antonio Maíllo, que expressou ceticismo face às negociações abertas para um plano de paz no conflito, citando "a possibilidade de Israel continuar a ser um dos obstáculos para a paz". Da manifestação participaram também o cineasta Alberto Rodríguez e o ator Antonio de la Torre. Na região da Andaluzia, em Málaga, centenas de pessoas saíram às ruas para manifestar apoio ao povo palestino e pedir a libertação dos membros da flotilha. O coordenador autônomo da Esquerda Unida, Toni Valero, destacou que, com essas marchas, o povo espanhol demonstra "sua dignidade" e "dá a cara" face à falta de ação de instituições e governos. "A União Europeia está muito abaixo do nível da moral da sociedade europeia", afirmou, antes de pedir que se quebrem "já" as relações comerciais com Israel. Os manifestantes exibiam cartazes com palavras de ordem como "Paremos o genocídio na Palestina", "Netanyahu assassino" e "As terras roubadas, serão recuperadas", entre outras. Em Pamplona, no norte da Espanha, a Efe relata uma marcha que percorreu as ruas do centro da capital de Navarra para denunciar o "genocídio" de Israel e em solidariedade ao povo palestino. Os manifestantes chegaram de diferentes pontos do País Basco e Navarra, convocados pela organização Palestinarekin Elkartasuna. Segundo os organizadores, a manifestação juntou 50 mil pessoas, enquanto a Delegação do Governo apontou 10 mil. Nas ruas de Navarra ouviram-se gritos de "Gaza, aguenta, o mundo levanta-se", "Boicote a Israel, Palestina liberta" ou "Gora palestinar erresistentzia (Viva a resistência palestina)". Entre os manifestantes, encontrava-se a presidente do Governo Autônomo de Navarra, María Chivite, acompanhada pela família. Durante o percurso não foram registrados incidentes entre manifestantes e a polícia. Cerca de 70 mil pessoas, segundo a Guarda Urbana, um número que os organizadores estimam em até 300 mil, manifestaram-se também no centro de Barcelona para exigir o fim do "genocídio" israelense em Gaza e manifestar sua rejeição pelo ataque à Flotilha Global Sumud. A mobilização, convocada por mais de 600 organizações e sindicatos, começou pelas 12h locais nos Jardinets de Gràcia e terminou no Arco do Triunfo, mas continuou durante a tarde em Drassanes, onde existe um acampamento que permanecerá no local pelo menos até a greve convocada para 15 de outubro. Antes do início da marcha, Alys Samson, da Coalició Prou Complicitat amb Israel, previu que este sábado "será um dia histórico em que o consenso na Catalunha contra o genocídio de Israel e a favor da Palestina ficou claro". Samson declarou que a "cumplicidade" de governos como o da Espanha com Israel deve cessar, exigindo o fim de todo o comércio e relações de armas, incluindo o acordo de associação com a União Europeia. A presidente da Comunidade Palestina da Catalunha, Natália Abu-Sharar, denunciou as propostas dos Estados Unidos sobre um "plano de paz" para Gaza, "quando isso serve de pretexto para continuar a assassinar o povo palestino". Outros pontos da Europa Em pontos da Europa, como Roma, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se, gritando "Palestina Livre" e em apoio  à Flotilha Global Soumud, em mais um dia de protestos acompanhados de perto pelas autoridades, que temem infiltrados violentos, noticiou a Efe. Os manifestantes transportavam bandeiras palestinas e faixas em apoio a Gaza, contra os bombardeios israelenses e exigindo a libertação de todos os ativistas da flotilha. "Somos todos palestinos", "Vergonha", "Palestina Livre", "Somos todos antissionistas", "Chega de cumplicidade" e "Resistência agora e sempre" foram algumas das palavras de ordem entoadas pela multidão. A marcha começou na Avenida Aventino, seguindo pelo Circo Máximo e pelo Coliseu, até chegar à Praça de S. João de Latrão, onde está prevista a sua conclusão. A iniciativa é acompanhada de perto pelas autoridades romanas, que mobilizaram vários policiais, assim como polícias de choque, temendo possíveis confrontos. Manchester e Londres Manifestações pró-palestinos foram realizadas em Manchester e Londres, apesar das objeções da polícia e dos políticos. O primeiro-ministro Keir Starmer disse que os organizadores devem "reconhecer e respeitar a dor dos judeus britânicos esta semana" e adiar os protestos. Cerca de 100 pessoas reuniram-se numa praça central de Manchester sob chuva intensa, agitando bandeiras e exigindo o fim da guerra em Gaza. Em Londres, os organizadores disseram que cerca de mil pessoas se manifestaram contra a proibição da Ação Palestina, grupo de ação direta que vandalizou aviões militares britânicos e alvejou locais com ligações ao Exército israelense. A organização foi classificada como terrorista pelo governo britânico. A polícia deteve várias pessoas que estavam sentadas em silêncio em Trafalgar, empenhando cartazes com as afirmações "Oponho-me ao genocídio, apoio a [organização] Ação Palestina". Tailândia Centenas de pessoas participaram de marcha em Bangcoc contra o "genocídio" em Gaza, culminando na sede da Embaixada de Israel. Apesar da chuva torrencial que caiu sobre a capital tailandesa, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 10h locais numa estação central de trens, antes de se dirigirem para a Embaixada de Israel, de acordo com a organização independente Campanha de Solidariedade Palestina (PSC). Agitando bandeiras e usando lenços palestinos, os manifestantes, alguns deles membros de grupos como Trabalhadores Socialistas da Tailândia ou Chiang Mai (cidade do norte) pela Palestina, transportavam faixas com as palavras "Acabem com o genocídio" e "Parem de matar crianças palestinas". Vários participantes seguravam fotografias de crianças, aparentemente de Gaza, mostrando sinais de subnutrição, enquanto outros seguravam cartazes representando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acompanhados de frases como "criminoso de guerra" e "prendam-no agora". *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Itália acorda em greve geral e com manifestações contra Israel Manifestações pró-Palestina prestam solidariedade à Flotilha Sumud Israel confirma deportação de pelo menos 137 ativistas de flotilha