A análise do Hamas sobre o plano do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para Gaza se estende pelo terceiro dia nesta quarta-feira (1º), disse uma fonte próxima ao grupo militante, enquanto outras facções palestinas rejeitaram a proposta e Israel voltou a bombardear a Cidade de Gaza. Nessa terça-feira, Trump deu ao Hamas "três ou quatro dias" para responder ao plano que propôs nesta semana com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que apoiou a proposta de acabar com a guerra de quase dois anos de Israel contra o grupo militante palestino. "Aceitar o plano é um desastre, rejeitá-lo é outro, há apenas escolhas amargas aqui, mas o plano é de Netanyahu articulado por Trump", disse à Reuters uma autoridade palestina familiarizada com as deliberações do Hamas com outras facções. "O Hamas está interessado em acabar com a guerra e com o genocídio e responderá da maneira que atenda aos interesses maiores do povo palestino", afirmou ele, sem entrar em detalhes. Partida para o sul Aviões e tanques israelenses bombardearam bairros residenciais durante toda a noite, disseram moradores da Cidade de Gaza. As autoridades de saúde locais informaram que pelo menos 35 pessoas em Gaza foram mortas hoje pelos militares, a maioria na Cidade de Gaza. Um ataque à cidade velha, no noroeste da Cidade de Gaza, matou sete pessoas, enquanto seis que estavam abrigadas em uma escola em outra parte da cidade foram mortas em um ataque separado, disseram os médicos. Enquanto isso, os militares israelenses emitiram novas ordens para que as pessoas partissem para o sul e disseram que não permitiriam mais que elas voltassem para o norte, no momento em que a Cidade de Gaza é alvo de bombardeios pesados. O ministro da Defesa, Israel Katz, descreveu a medida como "um cerco mais apertado em torno de Gaza, a fim de derrotar o Hamas". Acrescentou que os palestinos dispostos a partir para o sul teriam que passar por uma verificação do Exército. "Esta é a última oportunidade para que os moradores de Gaza que desejarem se desloquem para o sul e deixem os agentes do Hamas isolados na própria cidade, diante da continuidade das operações em grande escala da IDF (forças de Israel)", disse Katz. ONU pede mais ajuda Mais dois palestinos, incluindo uma criança, morreram de desnutrição e fome em Gaza nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde do território, elevando as mortes por essas causas para pelo menos 455 pessoas, incluindo 151 crianças, desde o início da guerra. A Cidade de Gaza e as áreas vizinhas estão sofrendo com a fome, que provavelmente se espalhará, afligindo mais de meio milhão de palestinos, de acordo com relatório de agosto do monitor global de fome IPC. Israel, que bloqueou a entrada de todos os alimentos em Gaza por quase três meses este ano, diminuiu as restrições em julho, permitindo a chegada de mais ajuda. A ONU afirma que é necessária muito mais ajuda e que não consegue distribuir suprimentos de forma confiável em Gaza, culpando as restrições militares israelenses aos movimentos e o colapso da lei e da ordem. Israel diz que não há limite quantitativo para a entrada de alimentos em Gaza e acusa o Hamas de roubar a ajuda, acusações que o grupo militante palestino nega. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas Premiê israelense nega ter aceitado Estado palestino Microsoft anula contrato com Israel usado na vigilância de palestinos