O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assinou decreto de "comoção externa", disse a vice-presidente Delcy Rodríguez nessa segunda-feira (29), uma medida que lhe dá poderes especiais diante de uma incursão militar externa. Maduro já havia mostrado uma pasta com etiqueta indicando que se tratava do decreto de comoção que ele estava submetendo à consulta de seus assessores nos tribunais superiores e no gabinete do procurador-geral, entre outros. A vice-presidente não disse quando o documento foi assinado. "O que o governo dos Estados Unidos (EUA), o senhor da guerra Marco Rubio, está fazendo hoje contra a Venezuela é uma ameaça que é proibida pela Carta das Nações Unidas. E se eles se atreverem a atacar nosso país: decreto de comoção externa", disse Delcy em reunião com diplomatas. De acordo com a Constituição atual, o decreto de comoção tem vigência de 90 dias, que podem ser prorrogados por mais 90 dias. A autoridade explicou que o decreto autorizará a mobilização das Forças Armadas em todo o país, a tomada militar dos serviços públicos, a indústria de hidrocarbonetos e a garantia do pleno funcionamento dos serviços públicos, a fim de ativar a milícia no sistema integrado da nação. A medida é adotada em meio à mobilização de uma frota militar dos EUA no Caribe desde meados de agosto, que Washington afirma ser para combater o tráfico de drogas, mas que o governo de Maduro alega ser para removê-lo do poder. O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Venezuela aumentará tropas em estados para combater tráfico de drogas Trump adverte Venezuela para que receba prisioneiros Crise entre Venezuela e EUA preocupa, diz ministro da Defesa do Brasil