A pandemia do coronavírus comprometeu o já limitado estoque de oxigênio médico em todo o mundo, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) anteontem, ao anunciar o lançamento de um grupo de trabalho de emergência para buscar soluções para a crise. Embora o oxigênio seja um medicamento essencial para o tratamento eficaz de pacientes com Covid-19, custos, infraestrutura e barreiras logísticas limitam os estoques em todo o mundo.

A falta de cilindros causa mortes desnecessárias - o Estado do Amazonas, por exemplo, registrou alta de 41% no número de óbitos por Covid-19 após a crise do oxigênio em Manaus.

Os países de baixa e média renda são os principais atingidos. Nos últimos 90 dias, eles usaram em média 7.792.550 metros cúbicos de oxigênio por dia - 2.107.147 só no Brasil. A ONU estima que, nestes países, mais de meio milhão de pacientes com Covid-19 necessitam de tratamento com oxigênio todos os dias. Vinte e cinco países, a maioria na África, relatam picos de demanda.

Na América Latina, a segunda região do mundo com mais mortes por coronavírus, uma cena de desespero se repete: pessoas em filas intermináveis pagam preços exorbitantes por um cilindro de oxigênio, enquanto pacientes morrem asfixiados em hospitais. No Peru, os preços de cilindros dispararam mais de 300%; no México, autoridades observaram aumento de 700% na demanda de gás entre 20 de dezembro e 20 de janeiro.

De acordo com a ONU, serão necessários
US$ 90 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões) de financiamento imediato para atender às necessidades urgentes em até 20 países de baixa e média renda. No total, estima a ONU, a emergência demandará US$ 1,6 bilhão (aproximadamente
R$ 8 bilhões).

O fornecimento mundial de oxigênio já era limitado antes da pandemia da Covid-19 para tratar doenças como a pneumonia, que deixa 2,5 milhões mortes todo ano.

Coreia do Sul

A Coreia do Sul iniciou ontem a sua campanha de vacinação contra a Covid-19. As autoridades do país administraram doses do imunizante produzido pela Universidade de Oxford e AstraZeneca para mais de 5.260 moradores e trabalhadores de lares de idosos, centros de saúde mental e centros de reabilitação.

O início da vacinação no país foi marcado pela polêmica decisão do governo de imunizar na primeira fase apenas pessoas com menos de 65 anos. O plano da Coreia do Sul é vacinar até o fim de março 344 mil trabalhadores e moradores de centros de cuidados com a vacina de Oxford. Outros 55 mil profissionais da saúde da linha de frente vão receber o imunizante desenvolvido pela Pfizer e BioNTech.