O final de semana no Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes foi marcado por dois incidentes de violência contra os funcionários e as instalações. As manifestações cessaram somente com intervenção policial e levaram o hospital a registrar dois boletins de ocorrência. Apesar do clima de tensão que tomou conta do ambiente, a equipe manteve o atendimento médico dos agressores e demais pacientes.

No último sábado (22/11), durante o atendimento em triagem de um paciente com queixa de dor torácica, sua acompanhante passou a demonstrar comportamento agressivo ao ser informada de que o paciente não apresentava critérios clínicos para assistência imediata na sala de emergência. Ela começou desferindo tapas na mesa e, em seguida, arremessou um monitor de computador contra o chão. Depois, dirigiu-se à recepção, onde continuou com atos de violência, incluindo socos que danificaram a proteção acrílica dos compartimentos do setor. 

Diante dos fatos, a equipe acionou a Polícia Militar, que compareceu à unidade, realizou a análise preliminar da ocorrência e conduziu a acompanhante ao Distrito Policial para formalização do registro. 

Já na noite do último domingo (23/11), um indivíduo invadiu a sala de triagem, passando a agredir verbalmente e ameaçar de morte a supervisão do Plantão do Pronto-Socorro. Apesar de ser orientado a aguardar na recepção para evitar risco à equipe e aos demais pacientes, o agressor intensificou seu comportamento hostil, elevando o tom de voz, reiterando ameaças graves e perturbando o atendimento. Ao deixar o local, ele desferiu um soco contra a porta de entrada da recepção, quebrando o vidro e causando danos ao patrimônio da instituição. A equipe de segurança acionou a Guarda Municipal, que conduziu os envolvidos à delegacia para elaboração do Boletim de Ocorrência. 

Em ambos os casos, a Santa Casa aguarda das autoridades as providências legais cabíveis. Os setores de Manutenção e Tecnologia da Informação do hospital estão realizando os orçamentos referentes aos danos materiais ocasionados. Após a conclusão dos levantamentos, o Departamento Jurídico dará andamento às medidas judiciais pertinentes, visando a reparação dos prejuízos e responsabilização dos autores dos danos.

O vice-provedor da Santa Casa, Flávio Ferreira Mattos, lamenta os episódios, ressaltando que atos de violência só prejudicam a operação do único pronto-socorro que funciona 24 horas de portas abertas em Mogi das Cruzes. "Essas agressões penalizam funcionários que se desdobram para fazer o seu melhor, assustam pacientes, colocam vidas em risco e vandalizam instalações que servem à toda sociedade".