O Movimento Pedágio Não e entidade representativas de Mogi das Cruzes e região que já confirmaram presença na audiência pública de hoje acreditam ser possível ainda reverter a decisão do Governo do Estado de instalar três praças de cobrança de pedágio no Alto Tietê, sendo duas delas na rodovia Mogi-Dutra e uma na rodovia Mogi-Bertioga. Na reunião, que acontece às 10 horas e pode ser acompanhada ao vivo pelo canal da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) no YouTube, a expectativa é que os prejuízos que a cidade e o Alto Tietê terão com a cobrança possam ser apresentados e debatidos.

Com oito membros inscritos para participar da audiência, o Movimento Pedágio Não afirmou estar preparado expor seus argumentos contrários ao pedágio. Um dos fundadores do grupo, Paulo Boccuzzi acredita na reversão da cobrança. “Nós estendemos que houve uma redução de impacto do primeiro projeto de pedágio, na gestão João Doria e Rodrigo Garcia, para esse atual proposto pelo governador Tarcísio (Freitas), mas nossa visão é que não cabe pedágio e vamos lutar por isso até o fim. Não se trata de uma prova de tiro curto, mas de uma maratona, onde o resultado será conhecido só no final”, explicou.

Boccuzzi também lamentou a decisão do governo estadual de manter a audiência em São Paulo. “Quando a Artesp marca uma reunião em horário comercial e em dia útil, nós entendemos que a ideia é ter baixa adesão realmente, mas de nossa parte estaremos lá para defender nossa cidade dessas cobranças que não acreditamos ser justas na Mogi-Dutra. Já na Mogi-Bertioga, seria preciso uma contrapartida maior por parte do Estado para justificar essa praça de pedágio”, pontuou.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), Valterli Martinez, a região precisa mostrar sua força e os impactos negativos da cobrança. “A Mogi-Dutra já foi paga pelos mogianos, que deixaram de investir na própria cidade para construir essa estrada. Não podemos deixar isso em vão. Nessa audiência precisamos mostrar a realidade do povo mogiano.”

Seu objetivo é poder expor seus argumentos contrários ao projeto como representante do comércio de Mogi e região. “Nossa expectativa é que o governador tome consciência da nossa situação, porque não podemos pagar a conta do Litoral. Isso é um absurdo, é um projeto contra o povo mogiano “, enfatizou.

O vice-presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi (AEAMC), Nelson Bettoi Batalha Neto, conta com a possibilidade de poder fazer uso da palavra durante a audiência e também acredita ser possível barrar o pedágio mais uma vez. “Sabemos que a situação mudou, é que é outro governo e que não depende só de nós, mas também da classe política. Os deputados precisam agir também, mas nada está decido ainda. Muita coisa ainda será discutida”.

Batalha afirmou que uma das metas da associação é apresentar o projeto que prevê uma ligação do Rodoanel com a Mogi-Bertioga, evitando a passagem pela Mogi-Dutra.