Mogi- Um grupo de pais de alunos das redes municipal e estadual de Mogi das Cruzes e a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) no Alto Tietê avaliam uma possível paralisação nas escolas como forma de protesto por ações mais efetivas contra a falta de segurança. Uma consulta pública está sendo feita com os pais dos estudantes, que devem responder se apoiam não enviar seus filhos para as unidades de ensino até que novas medidas de segurança sejam adotadas.

De acordo com o representante de alunos da região pela UPES, Igor Henrique, mais de 600 pessoas, entre professores, pais e alunos, estão participando da consulta feita pela entidade. "Os pais e a União dos Estudantes se mobilizaram e a paralisação nas escolas está sendo levantada como forma de cobrar um projeto eficaz de combate à violência nas escolas. Também estamos cobrando uma audiência pública com todos os prefeitos do Alto Tietê para debater o assunto com a população e de forma regional".

Em um grupo com mais de 800 participantes criado para organizar uma manifestação que está marcada para quinta-feira (13), em frente a Prefeitura de Mogi, muitos pais relataram já ter aderido ao movimento e não ter enviado os filhos para a escola ontem (10) por medo da violência.

Entre as medidas solicitadas, a presença de policiais militares nas unidades de ensino e detector de metais. De acordo com Fabiana Bittencourt, uma das organizadoras do protesto ao lado de outros pais, a decisão de reunir o grupo e reivindicar segurança de forma mais incisiva surgiu após a morte de quatro crianças em um ataque a uma creche, em Blumenau (SC), na última quarta-feira (5). "Chegou a hora de se unir e gritar pela segurança dos nossos filhos. Precisamos ser ouvidos e urgentemente", explicou.

Câmara de Mogi

A Câmara de Mogi promoverá um debate sobre os recentes casos de violência em escolas e formas de evitar que eles aconteçam em Mogi no dia 20, às 14 horas. O encontro contará com secretários municipais, promotores e comandantes da PM regional, além da população.

Apeoesp

A Subsedes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) de Mogi afirmou que acompanha o debate, estará presente no protesto e que cobra do Governo do Estado ações contra violência de forma mais abrangente. "A mobilização é importante porque é um chamamento para que o Poder Público faça mais, mas nós acreditamos que esses ataques são frutos de uma realidade que precisa ser discutida mais a fundo. A segurança é importante, mas não é suficiente. Há uma organização nas redes de células fascistas e neonazistas que cultuam o ódio e a violência e isso precisa ser combatido", disse a vereadora e coordenadora da Subsede de Mogi, Inês Paz.