Poá comemora 74 anos de emancipação política neste domingo com algumas motivos para comemorar, como a duplicação do viaduto Tancredo Neves, que ajudará a desafogar o trânsito na região central, e outros para se preocupar, como a falta de zeladoria, de políticas públicas mais efetivas em prol da população, de empregos e de condições para o fortalecimento do comércio, conforme apontam alguns personalidades entrevistadas pelo Mogi News / Dat.


Apesar de alguns entrevistados não terem nascido em Poá, todos participam ativamente do desenvolvimento da cidade e conhecem de perto nas necessidades da população e dos segmentos que atuam.


Delcimar Ferreira - Jornalista
"Poá está em uma encruzilhada. A cidade tem muitos desafios pela frente nas áreas de saúde, infraestrutura, contenção às enchentes, moradia, segurança, emprego, entre outros, mas não consegue planejar o futuro e uma cidade sem planejamento, cresce de qualquer jeito e potencializa ainda mais os seus problemas. Prova disso é a quantidade de novos empreendimentos imobiliários que surgem e que não são acompanhados de serviços básicos como creches e escolas, postos de saúde, empregos e outros.
Eu vejo potencialidades em Poá que não são devidamente valorizadas. Temos uma história emblemática que passa pela origem das fontes, das orquídeas e da religião (inclusive as de origem espírita, que quase nunca é lembrada). Temos grandes instituições do terceiro setor quase centenárias e que devolvem para a população, além da assistência social aos mais pobres, ar puro, natureza, isso deveria ser um patrimônio, que não pode estar sob risco da especulação imobiliária. Também temos uma quantidade de artistas e esportistas na cidade que não são devidamente valorizados em seus talentos.
Por isso, os desafios são muitos e só poderão ser enfrentados quando a sociedade civil entender que precisa participar politicamente das decisões do município. E para isso precisa de educação.

Sandro Testinha - fundados da ONG Social Skate
Poá é a cidade que me acolheu há 20 anos. Foi aqui que vi a necessidade de criar o projeto, que aconteceu de uma forma muito orgânica. Acredito que o desafio de Poá seja muito parecido com os das demais cidades, que é contar com uma classe política autêntica, digna e verdadeira, que olhe de fato pela população. Nosso município é maravilhoso, o que estraga são os políticos.

Débora Lucrézio - Diretora de Inovação e Social do Conselho de Mulheres Empreendedoras e da Cultura de Poá (CMEC).
Estamos vivendo momento de transformação na sociedade e o desafios ainda são muitos. No conselho trabalhamos para atrair mulheres, descobrindo seu potencial e motivando aquelas que desejam empreender. Usamos os obstáculos como motivação para lutar por cidade mais igualitária e para atingir esse objetivo acredito que seja importante também ter uma população unidade e participativa. Poá é uma cidade dormitório, onde muitas pessoas não participam da realidade do município de fato. O momento pede união, porque ninguém melhor que os próprios moradores para apontar o que eles precisam no bairro, por exemplo. Precisamos criar espaço para que as pessoas cheguem, conversem e exponham suas ideias.

Saulo Souza - ex-vereador de Poá e presidente do Partido Progressista de Poá
Poá completa 74 anos infelizmente com mais histórias de andar para traz do que andar para frente, mas a nossa população, que faz a grande diferença na construção, no desenvolvimento e no progresso da cidade, não desiste. Hoje os principais desafios que o município enfrenta são as enchentes, porque nós vemos que o psicinão, uma obra de R$ 40 mi , já está mostras que sozinho não vai ser suficiente para resolver o problema. Podemos destacar também a os buracos em toda a cidade, porque mesmo com arrecadação recorde com multas e IPVA, o trabalho de tapa buracos não dá conta, a iluminação pública é outro ponto que precisa ser melhorado, assim como o enfraquecimento do comércio, muito por causa das enchentes e os reflexos da pandemia. Mas o povo poaense é audacioso, resiste e insiste na esperança de dias melhores. Que a gente possa que a gente possa em breve alcançar o futuro que a cidade precisa e merece e voltar ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído. 


Francisco Quintino - Relações Públicas da Associação Comercial e Industrial de Poá (Acip) e vice- presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)
"Sabemos que Poá perdeu um grande volume de arrecadação nos últimos anos e isso é sentido em algumas situações, como a depreciação da área central, que necessita de reforma, renovação e tmbém mais segurança. A segunda pista do viaduto é um ponto positivo que está sendo muito aguardado porque vai tirar o trânsito nos horários de pico, beneficiando moradores e comerciantes, mas ainda é preciso mais. O setor comercial e empresarial entende que parcerias público-privadas são importantes para porque auxiliam na governabilidade e por isso está à disposição para colaborar de modo que Poá volte a ser uma cidade pujante e bonita, como sempre fomos lembrados no Alto Tietê.