Alunos de Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Alto Tietê estão participando de um intercâmbio cultural, por meio do Centro Paulo Souza (CPS), com destino à Inglaterra e à Irlanda. As viagens, que começaram em janeiro, têm por objetivo promover a troca de cultura e absorção da língua inglesa. Ao todo, embarcaram seis estudantes da região: Alícia Aquino e Amanda Cindy, matriculadas em Itaquaquecetuba; Ana Caroline Rodrigues, em Poá; Grazieli de Freitas, em Arujá; Juciliane Soares, em Ferraz de Vasconcelos; e Larissa de Alcântara, em Mogi das Cruzes.

As estudantes devem permanecer nos países por cerca de quatro semanas, algumas nas cidades Brighton, Cambridge e Eastbourne, na Inglaterra, e outras em Dublin, na Irlanda. Cada grupo é acompanhado por um monitor do CPS, responsável pela organização dos grupos e das atividades que serão desenvolvidas.

A suzanense Alícia Aquino, de 17 anos, estudante do curso de Técnico de Eventos integrado ao Ensino Médio na Etec de Itaquá, está passando essa temporada no exterior estudando na Stafford House, em Cambridge. Além de ser sua primeira viagem internacional, para ela, é a realização de um sonho, que até então parecia distante. Uma conquista que deixou seus pais orgulhosos.

"Minha família não tinha condições de pagar um intercâmbio, até porque é algo muito caro. Então esse sonho acabou sendo adiado, mas eu sempre tive muita fé e continuei nessa busca por melhorar, esperando um dia a realização desse sonho. Aí, eu descobri esse projeto do CPS por meio de uma professora. Eu pensei em tentar e me inscrevi. Confesso que por um tempo, até esqueci que estava concorrendo a uma das vagas, até que fui selecionada", contou.

A estudante revelou ainda que sempre quis conhecer outras culturas. "Desde pequena eu sempre fui muito curiosa e me interessava pelas coisas de outros países e outras línguas. Eu sempre procurei, mesmo que sozinha, estudar por curiosidade o inglês e sempre foi meu sonho conhecer outro país, pois sempre tive muita dificuldade na fala", comentou a jovem. Ela também disse estar morando com uma família na qual a responsável, chamada de "Host Mother" é indiana, podendo, assim, conhecer um pouco da cultura de mais um país.

Alícia contou que o nervosismo era grande no início da viagem, assim como o medo de não conseguir pronunciar bem o inglês. "Mas, com o dia a dia e os ótimos professores da Stafford House, evolui bastante", disse. Além disso, ela citou as diferenças entre os países: "A comida não é nada do que estamos acostumados no Brasil, e também o jeito dos britânicos, eles são muito pontuais e fechados, esse foi o primeiro choque cultural que tive assim que cheguei", destacou ela que saiu do Brasil no dia 20 de janeiro.

Para aqueles que tiverem a oportunidade de participar do projeto, a jovem recomenda. "É algo que muda a vida da gente. Eu saio daqui muito mais madura, com muito mais conhecimento, e com certeza, vou guardar cada memória e cada pessoa que passou por mim", concluiu.

 

Superações e conquistas

Já Larissa Oliveira, 23, estudante do curso Técnico em Secretariado na Etec Presidente Vargas, em Mogi, está na English Language School de Brighton, colocando à prova sua habilidade em falar o inglês. "Eu tinha feito cursinho e estou na metade de um curso de inglês no Brasil. Eu achava que meu vocabulário era legal, mas quando chega na prática é totalmente diferente. Aqui eu consegui me adaptar bem, consigo entender o que eles falam e me fazer entender. Por se tratar de um curso intensivo, temos contato com pessoas do mundo inteiro, tem árabe, chileno, gente da Turquia, então se não falar o inglês não tem como se fazer entendido", explicou Larissa.

A estudante de Mogi ainda confessou que, quando realizou a inscrição para participar do projeto, não acreditou muito que fosse dar certo, e não se convenceu imediatamente quando viu seu nome entre os selecionados. "A ficha caiu mesmo quando eu pude ir para Londres e caminhei pela London Bridge. Eu sentei no banco de uma pracinha e pude ouvir as badaladas do Big Bang, então pensei: 'Estou vivendo um sonho'", disse.

A jovem ressaltou a importância dos estudos em sua caminhada: "A experiência que estamos tendo e o conhecimento que vamos levar para a vida é a maior recompensa. Na vida da gente o estudo é a coisa mais importante, porque através dele podemos conseguir um emprego, cargo ou remuneração melhores, e estar aqui está sendo uma das melhores recompensas que o estudo já me proporcionou", comentou Larissa.

 

Processo seletivo

Para participarem do projeto de intercâmbio, os alunos se inscreveram e foram selecionados com base no aproveitamento letivo dos cursos e unidades de ensino de todo o Estado. No total, foram disponibilizadas 329 vagas, sendo 241 aos estudantes em Etecs e 88 para os de Etecs. As viagens incluem os custos com passagem aéreas de ida e volta, hospedagem em casa de família, alimentação (café da manhã e jantar), seguro-viagem, deslocamento no país de destino e ajuda com gastos locais.

No Alto Tietê ainda falta embarcar para Dublin a estudante de Poá, Ana Carolina Rodrigues, estudante do curso Técnico em Informática para Internet integrado ao Ensino Médio, que parte no próximo sábado (18). Ela deverá estudar inglês no Center of English Studies.

*Texto supervisionado pelo editor.