Mogi - Uma semana após ser baleado, Pedro Azpilicueta teve alta hospitalar ontem (1º). O jovem negro sofreu uma tentativa de homicídio pelo vizinho que é Guarda Civil Municipal (GCM) em Mogi das Cruzes. O suspeito foi flagrado por uma câmera de monitoramento instalada na casa da vítima. José Carlos de Oliveira foi preso na última terça-feira suspeito de cometer crime de racismo e tentativa de homicídio.
O pai da vítima, Jefferson Luis Azpilicueta, falou sobre o estado de saúde do filho. "Estamos bem agora que ele está em casa. Clinicamente o meu filho está bem, mas o trauma que ele sofreu é grande, está com dificuldades para dormir. A partir de agora os cuidados serão psicológicos."
Na última terça, durante a prisão do GCM, a advogada do suspeito confirmou, para o delegado responsável pelo caso, Dr. Alexandre Batalha, que houve desavenças entre os vizinhos (vítima e suspeito). Ela afirmou ainda que há vídeos, que serão apresentados, mostrando a vítima arremessando lixo na casa do autor e que havia provocações frequentes por parte da vítima.
O pai da vítima informou que o filho revidou a um dos abusos feitos pelo GCM. "O vizinho sempre despejou lixo na calçada de casa, em outros momentos ele arremessava fezes de cachorro no meu telhado. Um dia ele jogou lixo no meu quintal através do muro. Nesse dia meu filho jogou o lixo de volta e por esse motivo ele alega que o Pedro que fazia as provocações, mas na verdade, ele que sempre fez esse tipo de coisa", disse. Jefferson ressaltou ainda que em 2018 o GCM apontou uma arma após ele questionar o vizinho por jogar lixo em seu portão. De acordo com o pai da vítima, foi registrado um boletim de ocorrência sobre o episódio.
O GCM, segundo Jefferson, também sempre usou palavras racistas para agredir verbalmente a família. "Minha esposa já foi perseguida até o trabalho, fizemos uma reclamação e a Guarda Civil Municipal fez escolta para ela por vários dias. Ele sempre nos xingou de macacos e despejava cascas de banana em nosso portão, sem contar as vezes que fazia movimentos imitando um macaco para nos coagir".
Pedro afirmou que a convivência com o vizinho GCM sempre foi conturbada. "A relação com ele sempre foi péssima, mexia com meus pais, com minha casa, comigo, vizinhos. O motivo dessas atitudes é o racismo. Não gosta de preto e sempre deixou claro isso", destacou. O pai da vítima concluiu afirmando que espera que o GCM pague pelo crime.