Mogi- O Guarda Civil Municipal (GCM) José Carlos de Oliveira foi preso ontem, suspeito de cometer crime de racismo e tentativa de homicídio contra um jovem negro. O GCM foi flagrado por uma câmera de monitoramento atirando contra Pedro Azpilicueta, de 29 anos, no distrito de César de Souza, em Mogi das Cruzes. A vítima levou um tiro de raspão no rosto e outro na barriga e precisou passar por cirurgia no intestino. De acordo com o advogado da família, Ewerton Carvalho, o jovem está bem e deve receber alta em breve.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Dr. Alexandre Batalha foi deferida ontem a prisão temporária, e sem saber da existência de mandado, a advogada espontaneamente apresentou o investigado no 3º Distrito Policial por volta das 18 horas. O GCM foi preso e recolhido à cadeia pública local.

De acordo com Batalha, a Prefeitura Municipal foi oficiada e informou que o investigado não possuía autorização para porte de arma de fogo, pois, foi considerado inapto no exame. Já a Secretaria Municipal de Segurança informou que o guarda municipal estava licenciado do trabalho e que a arma utilizada não pertence à Prefeitura e que o GCM não fazia parte das equipes que utilizam arma de fogo no exercício das funções. A Prefeitura informou ainda que não compactua com desvios de conduta e que todos os fatos estão sendo rigorosamente apurados administrativamente dentro de um Processo Administrativo Disciplinar, já iniciado pela administração municipal e que, após o final do procedimento, serão tomadas as medidas que a lei determina.

Ainda segundo o delegado, a advogada do investigado confirmou a desavença entre os vizinhos (vítima e suspeito), e disse que o suspeito pretende colaborar com as investigações. Ela afirmou ainda que há vídeos, que serão apresentados, mostrando a vítima arremessando lixo na casa do autor e que havia provocações frequentes por parte da vítima.

Batalha informou que o GCM, ao ser interrogado, preferiu o direito de silêncio, e que vai se manifestar perante o juiz. O inquérito policial prossegue, e o Delegado Alexandre Batalha informou que futuramente se necessário, pretende realizar o reconhecimento pessoal entre vítima e autor.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a arma utilizada na ação foi apreendida para perícia. A equipe do 3º DP segue em diligências e ouvirá a vítima nos próximos dias para a elucidação dos fatos. 


Entenda o caso:

Guarda Municipal atira em jovem negro