A ausência de uma data para a instalação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) com atendimento 24 horas, em Mogi das Cruzes, tem demonstrado a falta de vontade política para que o novo equipamento se torne realidade no município. Esta tem sido a percepção de Marly Barbosa Siqueira, militante do Coletivo mogiano de Mulheres e Gênero "Impacto Feminista" e membro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Commulher).

Na semana anterior, o governo do Estado de São Paulo confirmou que ainda há expectativas de que Mogi receba a DDM 24 horas, mas nenhuma data e planejamentos foram estipulados para que isso ocorra. Por este motivo, Marly Barbosa, que também é professora aposentada, acredita que o governo estadual necessita de "proatividade".

"Penso que para a DDM de Mogi funcionar em 24 horas não precisa da construção de um novo prédio, mas sim da vontade política do Estado em aprovar esse funcionamento e disponibilizar funcionárias preparadas para o atendimento", acrescentou a militante mogiana.

Para ela, o que está por trás da implantação desta nova delegacia são questões relacionadas às verbas, mas o Estado não está disposto a investir em políticas públicas para as mulheres. "Mogi precisa, além da delegacia 24 horas, de mais equipamentos que formem uma rede de atendimento de qualidade como por exemplo um centro de referência, com psicólogas, assistentes sociais e advogadas", apontou Marly.

No exemplo em que ela sugere, o atendimento neste centro de referência se expandiria para uma casa de acolhimento transitório com espaço para aulas de artesanato, música, dança, bazar e entre outras atividades para as mulheres assistidas. Além disso, a professora aposentada frisou que a cidade precisa aprimorar a rede de atendimento às mulheres vítimas de violências.

Isto deve acontecer com a implantação de novas políticas públicas e a produção de uma pesquisa urgente que gere um diagnóstico real sobre a situação das mulheres em estado de vulnerabilidade com as demandas e necessidades de todas elas.

Em nota, a Prefeitura de Mogi afirmou que mantém contato constante com os órgãos de segurança pública em busca de melhorias para a cidade. A questão da ampliação de atendimento da Delegacia de Defesa da Mulher é um dos assuntos que podem ser tratados nestas conversas, de acordo com as condições dos órgãos da Polícia Civil no município.