O Café com Mogi News traz nesta quarta-feira (7), a segunda parte da uma entrevista com Glauco Ricciele, diretor do Departamento de Arquivo Histórico da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Mogi das Cruzes. No formato texto e vídeo, a entrevista do novo episódio do Café, com apoio da Padaria Tita, Glauco ressalta a importância da preservação do patrimônio histórico da cidade.

"Estamos em um momento em que o Comphap (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico) está completando 20 anos. Nesse olhar, temos então uma cidade que está estabilizada, se o Comphap não tivesse feito um bom trabalho há 20 anos, teríamos perdido muito mais coisas do patrimônio. Precisamos fazer muito mais, mas acho que estamos no caminho para conseguir cada vez mais criar ferramentas para auxiliar tanto um proprietário que tem um bem tombado, quanto só para guardar um bem importante para a história da cidade", afirmou.

 

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CMN: A igreja matriz é um ponto bem conhecido, sempre foi daquele formato?

Glauco Ricciele: Sim, aquele prédio é um prédio construído entre 1954 a 1966, já é o quarto templo, primeiro feito por Gaspar Vaz , depois um colonial e depois um outro com a faixa da eclética e agora esse com estilo romano. Existem prédios em Mogi que são icônicos mas que não são tão antigos. Hoje está dentro da casa do 60 e 70 anos, mas são construções a partir desse momento da história houve ali uma adaptação construir um prédio maior para acomodar mais fiéis mesmo assim hoje é pequeno, mas é um catedral que guarda muita coisa histórica de Mogi, exemplo vitrais todos os vitrais são nomes de devotos falecidos que a família compra o vitral coloca o nome do devoto e doa para igreja. O sino da igreja foi fundido com sinos anteriores, foi derretido e nele tem gravado o nome das famílias e de falecidos que também doaram verba na época, o cristo feito por Vandervil que é um artista plástico que morava na cidade.

CMN: Glauco, como você avalia a preservação e a valorização do patrimônio cultural aqui da cidade ?

Glauco Ricciele: Então, nós estamos em um momento em que o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) está completando 20 anos no próximo dia 30 de maio, nesse olhar nós temos então uma cidade que está estabilizada se o Confap não tivesse feito um bom trabalho há 20 anos atrás nós teríamos perdido e tínhamos desenfreado muito mais coisas do patrimônio, precisamos fazer muito mais coisas ? sim, mas acho que nós estamos em um trilho num caminho no sentido de conseguir cada vez mais criar ferramentas para auxiliar tanto um proprietário que tem um bem tombado quanto só pra guardar um bem importante para história da cidade, o Confap hoje e também a própria cultura da cidade leva as suas experiências para outros municípios, por exemplo, Suzano recentemente criou agora um departamento de patrimônio e um conselho então assim muita coisa de mogi eles usaram como uma experiência e isso é muito importante e os funcionários são importantes nós temos na cultura o Birajá e a Rampira já ta 30 anos na cultura e aos 20 do Confap ele tá a frente ele fundou o Confap junto com o professor Jurandir então foi um predominar de carreiras de estar na secretaria de cultura e tem um trabalho brilhante nessa área que deixa um legado importante para a cidade para as próximas gerações em que ele conseguiu plantar uma sementinha que está colhendo frutos importantes.

CMN: E como você avalia Mogi das Cruzes antiga para agora que tá quase completando 463 anos?

Glauco Ricciele: Então ainda é uma cidade que me orgulha dessa relação tradicional, mogi ainda tem uma tradição muito bem aflorada e que coloca de certa maneira mogi no radar de cidade importantes e históricas do Brasil e que tem um viés de desenvolvimento turístico também muito importante, nesse caminho Mogi das Cruzes tem suas tradições, suas festas, manifestações e isso não dá aquele caráter ainda da cidade 100% do asfalto e do concreto, eu consigo sair do centro da cidade e em 10 minutos ou em 7 minutos eu to meio da mata atlântica que é a borda da serra de Itapeti, então eu tenho um conexão com a natureza com a história eu não tenho uma cidade ainda amordaçada como a gente vê pelo Brasil, então a gente tem uma cidade que tem a sua face muito colorida e com diversos momentos e sentimentos diferentes uma cidade que tem um carnaval, o samba, tem as suas congadas, suas religiosidades não só católicas mas as muçulmanas, evangélicas basicamente também as de matrizes africanas como candomblé e umbanda tem um panorama enorme de possibilidades e que quem ganha é quem explora a cidade e quer conhecer e vai explorando esses tesouros que estão por aí espalhadas.

CMN: E é uma cidade aqui da região que mais preserva essa tradição de todos esses eventos que a cidade promove durante o ano.

Glauco Ricciele: Sim, as outras cidades acabaram perdendo de certa maneira umas referências, por exemplo suzano mesmo carnaval faz um bom tempo que não faz carnaval escola de samba né, mogi ta na retomada agora de ter essa relação nós temos a liga da escola de samba, mas assim dentro das diversas influências da cultura popular mogi conseguiu muito pelo individualismo no grupo em si e lutar pelo aquele grupo, alguns lutam por si próprio outros conseguiram se unir em coletivo e aquela coisa de enfiar a mão no bolso tirar o dinheiro para fazer alguma intervenção não depender de verbas do governo do estado, são basicamente feitas por gosto e pelo querer das pessoas a festa do divino existe pela associação para o divino, foi fundada lá em 1994 se não tivesse a pró divino, a festa não seria a festa que é hoje, então assim em todos os anos a gente percebe que a vontade que move a preservação e quando falta vontade acaba caindo em esquecimento

CMN: É e a população tem o principal papel nisso tudo.

Glauco Ricciele: Sim com certeza, o principal papel é nós não o divino eu falo que nós somos passageiros a festa fica, manifestação fica e é importante fazer nosso parte até onde conseguirmos fazer e lutar por isso e se a gente deixar de lutar ela vai parar ela vai acabar e infelizmente a gente perde um patrimônio riquíssimo pra região e o Brasil também.

CMN: E falando um pouco sobre turismo, você considera que mogi é uma cidade turística ou ainda falta um longo percurso para que isso se torne real?

Glauco Ricciele: Então pela experiência que eu vejo de outras cidades que eu viajo, que eu conheço um pouco de políticas públicas tem um pouco mais de relação com o turismo de fim de semana, não vai ser um turismo estabelecido da pessoa passar uma semana aqui, mas sim o fim de semana o sábado pra domingo, mas esse curto tempo de 1 a 2 dias , nós temos várias potencias que podem ser exploradas desde o turismo religioso, turismo rural ao turismo de aventura principalmente de aventura nós temos vários coletivos e grupos aqui muito consolidados que trabalham com diversas ferramentas já estabelecidas mas como eu disse o próprio mogiano não conhece a cidade o pessoal vem pra cá pra fazer trilha porque ouviu falar de mogi em outras cidades, pela qualidade das trilhas nos temos cachoeiras que pouca gente conhece na região de Quatinga de Taquaruçu nós temos pedras que as pessoas podem escalar, então assim fora o turismo histórico que cada vez mais com as políticas públicas nós estamos estabelecendo rotas no centro histórico e também outras partes do município, o artesanato também tá muito forte nós temos o projeto mogi feito a mão que é de artesans e um projeto que já vem de longa data na secretaria de cultura que consegue trazer o artesanato de mogi para á venda, então as proprias artesans vão montam suas feiras então mogi aos poucos se estabelecem, o que falta mesmo é ter esse direcionamnbeto consolidado e que mogi consiga cada vez mais esse paroraima ser vista por outros lugares do Alto Tiête e da região.

CMN: Você pode citar alguns pontos que são mais procurados aqui da cidade ?

Glauco Ricciele: Então hoje dentro do turismo rural as pessoas vêm para conhecer algumas propriedades, exemplo de morango e flores as orquídeas depois vão pra uns produtores muito específicos por exemplo a micro orquídea no bairro de Cocuera, alguns vem para casa da cerâmica no casarão do chá, domingo tem as feiras do casarão do chá então a festa do divino vai atrair um público específico agora durante o tempo de festa, então esse nicho trazem para mogi o turista que está basicamente condicionado naquele eixo e fora como eu já disse o turista de aventura então quem curte bike, quem curte trilha, quem curte fotografia de aves observação de aves pela mata atlântica nós temos aqui na região e fora isso nós temos todo esse panorama das pessoas virem pra cá para também usufruir da vida noturna ou até mesmo de restaurantes tem alguns nichos bem específicos da cidade e referenciais

CMN: E Mogi das Cruzes você acha que tem desenvolvido de maneira satisfatória pros mogianos ?

Glauco Ricciele: Mogi nos últimos anos, mogi cresceu demais então crescer não quer dizer que ela desenvolveu, hoje é principalmente o desenvolver da cidade é deixar uma cidade com ferramentas com qualidades então isso é o principal ponto atual gestão tem que está desenvolvendo esse projeto dentro desses âmbitos porque quanto mais ferramentas nós criamos mais lugares e isso gera muita despesa para o estado então toda crise que gerou a pandemia então isso impactou o governo federal, estadual e municipal então de certa maneira nós temos que pensar nas qualidades e esse ponto nesse desenvolvimento é importante nós temos pessoas do Brasil inteiro passando fome, então isso é um ponto crucial pra gente pensar, que eu não estou ajudando as outras pessoas as vezes em outras cidades às vezes é no bairro do lado da minha casa então isso acontece está sendo criada políticas públicas para poder acabar com isso ajudando as pessoas a serem seguidas no mercado de trabalho dar as ferramentas para ela ter condições de se voltar a ativa na sociedade e conseguir ser um cidadão com dignidade, com seu emprego, com saúde e educação garantidas os principais, e muita gente esquece que a cultura não é importante, mas assim a pessoas que tem um hábito a cultura acaba de certa maneira ajudando muito na saúde, porque ela acaba afastando a depressão de muitas pessoas ela leva as pessoas a um tipo de dança a um tipo de aprendizagem de musica, então ela vai coibir um alzheimer ela vai coibir alguma doeça vascular o divertimento tambem a risada então tudo isso ajuda no desenvolvimento da cidade então a cultura é um dos nicho importantes é uma das ferramentas fundamentais pra toda essa complexidade que é a sociedade contemporanêa que está em crise.

CMN: E quais projetos você da secretaria de cultura participa hoje?

Glauco Ricciele: Hoje nós estamos a frente no departamento de patrimônio, nós temos hoje o roteiros muito bem estabelecidos que é dentro do roteiro patrimônio existem dois roteiros específicos que se chama um que é o Trilhos do Bonde que é um passeio diurno para conhecer a cidade, nós estamos voltando com ele que é 2 domingos por mês e o Noite de Mistérios que é 2 vezes ao mês, nós temos 2 roteiros que é ou conhecer o centro histórico ou conhecer o cemitério São Salvador a noite ou o hospital Arnaldo Pezzuti pontos da cidade esse ano nós vamos ter também pra conhecer a serra a noite, observação de aves noturnas e animais com hábitos crepusculares então dando noção que nós temos muito patrimônio espalhados pela cidade não só na zona central, temos a capela São Sebastião lá em Taiaçupeba e assim a gente vai levando o cidadão em torno de 50 a 100 pessoas pra conhecer esse pontos. O arquivo histórico está digitalizando parte do seu acervo disponibilizando na rede, os museus da cidades estão sendo reabertos e estão sendo alguns readequados,a parte técnica desses museus isso é importante os museus trazem histórias que foram vividas em épocas passadas para que a gente possa estar ali vivenciando em imersão a viver esses momentos então nós temos o museu Guiomar que está sendo reaberto com essas exposições da festa do divino, nós temos o museu expedicionários mogiano que foi reaberto e o museu mogiano, então são lugares que a cultura e o patrimônio são trabalhados e são vivenciados e basicamente as políticas públicas com os jovens nós temos projetos esse ano que vão ser colocados em práticas com a cidade e até mesmo junto como Maurício de Souza que é projeto que o prefeito queria muito e está desenvolvendo aí que vai ser anunciado nos próximos meses, então assim a cidade vai ganhando muito já está ganhando né, a diretoria de patrimônio voltou nessa gestão nós não tínhamos elas nas gestões passadas a última a gestão lá em 2006 então isso é importante pro município não perder esse direcionamento da preservação do patrimônio como mogi é riquissima é importante manter esse preservação, então a gente tenta fazer esse trabalho para fortalecer mais esse setpr.

CMN: E Glauco para finalizar, aonde essas pessoas podem acessar procurar mais informações sobre a secretaria de cultura, sobre os projetos como participar das atividades realizadas aqui na cidades?

Glauco Ricciele: São três caminhos básicos, o mais fácil da gente enxergar tudo com facilidade é através do instagram @culturamogi, também o facebook e também o próprio site da secretaria de cultura as três ferramentas nós temos todos os dados ali, sempre tem agenda colocada um pouquinho antes então é só acompanhar só participar e desfrutar da secretaria de mogi conhecer a história conhecer as manifestações de uma cidade tão rica quanto mogi é.

CMN: Isso mesmo, obrigada Glauco pela sua participação. Conhecemos muito mais mais da história de mogi hoje

Glauco Ricciele: Eu que agradeço, muito obrigado.

CMN: Esse e outros episódios do Café com Mogi News você pode acompanhar no nosso site que é o www.portalnews.com.br