O Café com Mogi News traz nesta quinta-feira (6), véspera do Dia do Jornalista, comemorado no dia 7 de abril, a segunda parte da uma entrevista com as jornalistas que compõem a Redação do Grupo Mogi News: Katia Brito, Aline Sabino e Cibelli Marthos. O novo episódio encerra a série dedicada às mulheres. No formato roda de conversa, as profissionais falam sobre sua trajetória, o papel da imprensa e o atual cenário do jornalismo. Com oferecimento da Padaria Tita, o novo episódio teve a primeira parte disponibilizada na segunda-feira (4).
No novo episódio, as jornalistas Aline e Cibelli contam mais sobre suas experiências, especialmente no Grupo Mogi News, e juntamente com Katia, falam de suas inspirações e debatem o papel da Imprensa e importância do jornalismo nos dias de hoje, especialmente no combate às notícias falsas, as fake news. Saiba mais nesta segunda parte da entrevista.
Café com Mogi News: Para Aline, você já passou por vários setores do jornalismo, televisão, rádio, repórter de campo e hoje está na redação. Qual é a área que mais te encantou?
Aline: A primeira oportunidade que aparece para o estagiário, ele tem que agarrar. Minha primeira oportunidade foi em uma rádio de Mogi das Cruzes. Ali não tinha muito a prática do jornalista, porque no rádio a rotina é totalmente diferente. É mais trabalhado com publicidade, promoções e tudo mais.
Depois eu tive a oportunidade de ir também para a TV local, onde eu tive mais acesso ao que é a rotina da redação, produção e edição, o contato com a apuração da notícia e eu me encantei muito por TV.
Depois disso eu já vim para a TV Mogi News, fiquei um mês como produtora, e no mês seguinte, iniciei como repórter. A rotina da rua é encantadora, e eu adorei a trabalhar como repórter, você ir, entrevistar, procurar notícias na rua, aquele buraco, aquele acidente, aquela ocorrência policial, tudo aquilo é muito dinâmico. Então me encantou muito. Fiquei bastante tempo trabalhando como repórter e depois voltei, trabalhei em outras áreas como assessoria de imprensa e campanha eleitoral e voltei para o Mogi News, na versão redes sociais e também no impresso e o Portal.
Aqui a gente tem esse leque de oportunidades de trabalhar com a internet, com o impresso e também no formato de vídeo que é o Café, que a gente tem realizado. Eu não consigo escolher uma área, tudo eu abraço e é bom para mim, faz bem ficar antenada, ler notícia gospel, policial, escrever...
CMN: E você é cantora também?
Aline: Gosto de cantar também, tenho como hobby.
CMN: Também tem o marketing digital que é uma coisa nova para todo mundo.
Aline: O marketing digital é a onda do momento. Você tem que entender das redes sociais e o público. É preciso entender um pouquinho que seja do online, porque o online tá tomando conta de tudo. Hoje a primeira coisa que as pessoas vão procurar é o celular, é uma coisa prática de se ver, de se atualizar no dia a dia. Eu acho que o mínimo hoje é você entender um pouquinho das redes sociais, do online, da internet, o que vai ajudar tanto no profissional, quanto na informação que chega até você
CMN: Para a Cibelli, você já teve uma passagem pelo Mogi News e até arrumou um marido. Qual foi e qual é a importância do Mogi News tanto na sua carreira como pessoal.
Cibelli: É verdade, esse é o terceiro ciclo do Mogi News. O primeiro eu ainda estudava e entrei para fazer o especial "Mogi de A a Z", era o aniversário de Mogi e a gente criou um dicionário de Mogi com a Vera (Marcolino) também. Eu fiquei uns 2 meses e achei o máximo. A redação grande, todo mundo trabalhando. Eu fiz um teste para Cidades e não passei, dei uma bola fora muito grande. Pensei “uma hora vai acontecer de novo”. Eu fui trabalhar com assessoria de imprensa, fiquei seis, sete anos em assessoria e eu fiz um teste de novo no Mogi News e deu certo. Eu entrei e voltei em 2010. Eu já tinha uma filha pequena e pensei: “como é que vou administrar isso?”. Mas aí eu entrei de cabeça no impresso que para mim é o mais legal, é o jornalismo de fato, que corre na veia.
A maior parte do tempo eu fui repórter, que é o que eu mais gosto mesmo, fiz edição também, fui chefe de reportagem, mas o que eu era feliz era saindo, ir por aí. Cobri muito as cidades da região. Eu gosto também muito de política, e acho que falta esse interesse por parte da população. Quando a gente consegue traduzir isso para as pessoas lerem e entenderem, como uma sessão de Câmara ou qualquer coisa relacionada à política, eu acho que é válido. Falta muito isso para a população e é o nosso papel também fazer isso chegar de uma forma que as pessoas entendam.
CMN: Uma função didática?
Cibelli: Sim, didática, sabendo explicar o que é um projeto de lei, o que aquilo vai mudar na vida da pessoa. O jornalismo tem essa função, é essa é a nossa função, mudar de alguma forma ou tentar mudar a realidade que a gente vive. Eu fiquei mais oito anos e nesses 8 anos, eu conheci o meu marido no Mogi News, que também é jornalista. Eu tenho um universo muito jornalístico na minha casa. Aí me casei, tive mais um filho e em 2018, 2019, eu resolvi dar uma pausa também porque eu estava com uma dificuldade de administrar tudo. Sai com dor no coração, foi difícil a adaptação. Fiquei acho que 4, 5 anos afastada e pensando que estava com alguma coisa faltando.
Então eu tive a oportunidade de voltar para o Mogi News há pouco tempo. Faço mais reportagem, mas fico um pouco na edição também e eu gosto muito. Acho que todo jornalista tem que passar pela reportagem, ou não vai conseguir fazer todas as funções. A escola é a rua, é saber apurar e transmitir. Para mim, o impresso e o Mogi News têm um papel importantíssimo. É o único jornal impresso que eu trabalhei e faz parte da minha história, da minha vida. Eu tenho um grande carinho pelo Mogi News.
CMN: Quais são as dificuldades do fazer jornalístico, a imagem que a gente tem da Imprensa hoje?
Cibelli: Eu acho que esta preocupante o atual cenário. A rede social tem uma grande importância, mas as pessoas se acham um pouco jornalista hoje em dia, porque pode postar na página ou pode tirar uma foto e achar que tá reportando alguma coisa. O jornalismo vai muito além disso, a gente sabe disso. Os últimos anos mostraram, principalmente politicamente, quanto é importante o jornalista, quanto é importante apurar, ter uma fonte que a gente sabe que não é fake news. Cada vez mais o jornalismo é importante, apesar de nem todo mundo dar esse reconhecimento, não é verdade? Todos os momentos políticos do Brasil que a gente viveu e ainda vive mostra o quanto a imprensa é importante.
Katia: As redes sociais dão voz a muita coisa que não cabe, coisa sem responsabilidade. A pessoa vai lá e coloca qualquer coisa. Nós estávamos falando aqui na redação, que você ouve o grito, você não sabe onde foi, mas tá lá na rede social, que alguém gritou; o porque gritou, como gritou, ninguém vai atrás. A notícia é o grito, e não é assim. Nosso trabalho não é esse. A gente vem de um descrédito, da desvalorização do trabalho jornalístico. Todo mundo é repórter, todo mundo dá notícia, mas não é bem assim, o fato precisa ser embasado, ter um dado por trás, não é qualquer coisa você vai publicando.
A história da fake news, de qualquer coisa sujeita à interpretação. Nós vivemos um período muito complicado, mas acho que aqui a gente faz um trabalho muito bacana, temos esse cuidado. Trabalhamos com os estagiários falando: “a gente tem que apurar, a gente tem que ir atrás do dado, só assim não dá, como podemos ter melhor essa informação, vamos trabalhar esse texto”. É um trabalho árduo que vamos construindo, trazendo aquilo na verdade que vem da nossa formação. O que vivemos foi isso, nossa escola é a apuração, é a rua, o aprendizado sempre e não podemos deixar isso de lado.
Aline: O que a Cibelli levantou é muito importante porque as redes sociais viraram terra de ninguém. As pessoas realmente acreditam que aquilo é verdade, então tem a importância de seguir mesmo uma página de credibilidade. Como a Katia falou, nós temos esse cuidado de colocar a informação realmente apurada. Não é um fato que a gente viu em algum lugar ou ouviu de alguém, não, a gente procura saber, vai na fonte correta, procura apurar sempre a informação antes de dar qualquer notícia, porque a notícia pode fazer tanto bem quanto pode fazer mal para alguém. Ela precisa ter o fato correto, a informação certa, concreta, para não influenciar as pessoas de maneira errada.
CMN: Vocês gostariam de fazer algum agradecimento a pessoas que foram importantes na carreira de vocês?
Katia: Eu já citei aqui a Vera Marcolino, e tem o pessoal que fazia parte da Editoria de Negócios, como a Juliana Miranda. Aprendi muito também com a Maria Salas e não posso deixar de falar da minha irmã gêmea (Kelli), que é jornalista, e trabalha na Educação da Prefeitura de Mogi. Uma ótima profissional, tenho muito orgulho dela. Aproveito também para agradecer a Cibelli, que eu já conhecia o trabalho e não tenho nem o que falar, é uma excelente profissional, e a Aline é parceirinha. Estamos em uma sintonia tão forte que eu falo e ela já tá ali. Agradecer também as meninas do administrativo, que são o nosso suporte.
Aline: Eu também só tenho que agradecer, a Sônia (Massae, vice-presidente do Grupo Mogi News) por essa oportunidade para eu voltar. Ela me convidou e eu sou muito grata, porque hoje a gente tem essa parceria muito forte na redação, o que um precisa, o outro já está ali para ajudar. Eu só tenho a agradecer a toda a equipe, a parte administrativa, os estagiários e as meninas da edição.
Cibelli: Eu tenho medo de agradecer e esquecer alguém. Eu fiz amigos para a vida no jornalismo e eles sabem quem são e fazem parte da minha vida. Eu tenho certeza que eu vou levar para sempre e agradeço o jornalismo por isso, por essa convivência. Agradeço também a Sônia e o Sidney (Moraes, diretor-presidente do Grupo MN), que sempre pegou no nosso pé e fez a gente chegar onde a gente chegou. Agradeço todo mundo, o jornal, a Aline, a Kátia, o Geraldo por conta da surpresa e todo mundo que passou pela redação, de todas as funções, de todos os setores, repórteres, editores, o que um ensinou pro outro. Todo mundo saiu com um aprendizado muito grande. Eu agradeço a oportunidade e o jornalismo a tudo que ele proporcionou para nós.
(Colaborou Katia Brito e Eduarda Martins)
Leia a primeira parte em Jornalistas destacam seu início na profissão e a carreira