A entrevistada do Café com Mogi News desta terça-feira, 14, é Maria Teresa Borges Arbulu publicitária e sócia da Observe Branding, consultoria de marca. Teresa também está na liderança da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP Alto Tietê), formatando as diretorias que irão dar continuidade a uma nova jornada da entidade na região.

No novo episódio do Café, com apoio da Padaria Tita, Teresa fala sobre os desafios enfrentados na carreira, sobre a representatividade da mulher na comunicação e como ter equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Além disso, ela conta sobre sua larga experiência no segmento telecom e sobre os projetos inovadores que construíram a história da telefonia móvel brasileira. "Me sinto feliz em ver uma marca que conheço desde a gestação, os primeiros passos, o crescimento e depois, ver a consolidação por conta dos valores que sempre foram respeitados, pela presença da essência que permanece mesmo que a tecnologia avance. Em abril deste ano, a marca Vivo completará 20 anos - fazer parte do projeto de lançamento em território nacional e acompanhar por mais de uma década toda a história desta lovemark foi muito especial em minha jornada", comentou a publicitária.


A entrevistada também contou que acompanha a Missões de Negócios em Portugal que tem como foco principal conectar startups, empresários, empreendedores e investidores brasileiros com o ecossistema empreendedor de Portugal, e falou sobre o trabalho como conselheira voluntária na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de Mogi das Cruzes, e como associada e membro do Comitê Central de Regionais da AACD, que tem a missão de conectar a entidade dedicada à causa da deficiência física às diversas comunidades do Alto Tietê.

 

Café com Mogi News: Qual foi o fator principal que te levou a escolher a publicidade como profissão e qual experiência profissional que mais marcou a sua carreira?

Maria Teresa: Bem, eu fui fazer Publicidade e Propaganda na Universidade Braz Cubas, que na ocasião, no milênio passado, ainda era Federação das Faculdades Braz Cubas. Sempre este trato com as pessoas, essa conexão, esse compartilhar e principalmente pensar o que você vai comunicar, sempre foi uma ação que eu gostava muito, um trabalho que eu já exercitava como assistente de biblioteca, então era um trabalho artesanal na ocasião e que dentro da faculdade eu pude ver quantas áreas a gente podia desenvolver, que não fosse na biblioteconomia, porque em Mogi não tinha, eu morava em Mogi na ocasião e eu fui descobrir dentro da faculdade as áreas que essa indústria da comunicação hoje oferece e que na ocasião, já despertava tanto meu interesse. Sobre as minhas atividades, olha Aline, são tantas nesta linha do tempo, nesta jornada, eu não gosto de fazer eleição de uma atividade ou de um período porque acredito que cada período tem a sua importância no conjunto da obra da gente que não termina, né, que está aí e está () como a gente fala, está em andamento, mas eu tive bastante sorte também, eu sempre falo que é uma motivação que a gente tem e é uma sorte também que você tem de encontrar estes melhores caminhos. Eu trabalhei em duas áreas bem técnicas, que são áreas de eletricidade, de energia, na verdade e a área de telecom, uma no início da minha carreira comecei como assistente de Marketing na Condug fios e cabos elétricos, então na área de eletroeletrônicos, energia, eletricidade ,desenvolvia toda uma parte técnica e eu fui para a área de marketing trabalhar como assistente e lá em São Paulo, claro que eu tive a oportunidade de descobrir quantas áreas dentro da comunicação eu poderia desenvolver dependendo das minhas competências e habilidades, acho que isso foi bem importante, depois eu vinha trabalhar também na área de da Vivo de telecom, que era () celular, então acho que esta passagem para o digital que eu vivi intensamente e fiz parte de todas as equipes hoje eu posso comemorar neste ano de 2023 os 20 anos da Telecom Vivo, sabendo que eu fiz parte desde a gestação da marca então isso é muito importante para minha carreira para minha jornada para aprendizado para compreender quantas atividades a gente tem, quantas regionais, como Brasil é grande, são tantos “Brasis” que a gente vê e acho que a linguagem vai se modificando também, nada é um só, nada é global e você tem que olhar para o seu público estar no chão de fábrica que tanto falam né pisar na loja, conhecer, saber do atendimento e aos poucos ir aprimorando né e nessa jornada e eu puder também ser empreendedora, numa época que a gente não usava tanto a expressão mas era tão importante iniciar um negócio, então aqui em Mogi no final da década de 90, antes de entrar para o Telecom eu tive a minha pequena agência, um estúdio, que a gente pode chamar hoje de butique por que era o atendimento, o planejamento e todos os parceiros que a gente tem para design, para a parte de pesquisa, para a parte de produção, para a parte de redação, então acho que isso foi bem importante e fez com que eu pudesse ter também um olhar integrado da nossa profissão que é tão bom e que possibilita tantos caminhos pela frente.

CCMN: A gente sabe também que você acompanha a missão negócios em Portugal. Queria que você falasse um pouquinho sobre esta parceria

Maria Teresa: Então, eu acho que a missão, que é a missão desenvolvida pela Atlantic Rub pela (Nogap Venture), ela reúne empresários para Portugal, no sentido de conhecer um pouco da tecnologia, dos pólos de tecnologia que tem lá, e como é que a gente está no Alto Tietê, no Vale do Paraíba, existe uma profusão de pólos desenvolvendo, startup’s, incubadoras. Eu vejo que essa ponte para levar estes empresários a Portugal desenvolver estas missões é uma oportunidade principalmente para poder te ter como porta de entrada Portugal, eu acho que isto é um elemento muito importante que hoje está no radar de todas estas startup’s e que aprimora também a forma de desenvolver o seus negócios, então é um vínculo uma ponte muito boa.

CCMN: E hoje como representante da APP Alto Tietê, gostaria que você falasse um pouco sobre as experiências e também sobre os projetos para este ano.

Maria Teresa: Eu faço parte, lá em São Paulo, da APP Brasil, e a APP Brasil hoje está com cerca de 20, 25 regionais em todo nosso Brasil (*) a gente tem regionais da nossa APP. E lá na APP Brasil, desenvolvo um trabalho junto aos universitários com intuito de tornar-los embaixadores, levar a missão da APP, que é atualizar principalmente o profissional em relação a todas as suas atividades, promover esta conexão entre a academia e o mercado, olhando para o estudante, olhar para o profissional, divulgar as atividades dele e conecta-los ao mercado que comprar seus serviços, não só os dirigentes de agências e também as produtoras, os profissionais autônomos, as consultorias, os institutos de pesquisa, as áreas todas que fazem parte desta indústria da comunicação. A gente viu que era uma oportunidade de reabrir a APP Mogi, mas com esta amplitude de Alto Tietê, a gente expandiu o nome porque não somos só Mogi, tem Mogi, Suzano, Guararema e nos municípios integrantes do Alto Tietê, então eu estou à frente na liderança mas estou juntamente com um comitê formado por profissionais aqui da região, que efetivamente agora em 2023 vão formar uma diretoria para que todos os nossos projetos possam de fato entrar no calendário anual da região.

CCMN: Vamos falar também sobre o trabalho voluntário na AACD Mogi. Conta pra gente como funciona este trabalho lá

Maria Teresa: Eu acredito que a gente, profissional de comunicação ou de outra área, tem vários papéis nesta sociedade, e um deles que me fazia muita falta era este lado do voluntariado, da dedicação a uma causa e desde que a AACD se instalou aqui em Mogi, a unidade de Mogi, a mais de 10 anos já, 11, 12 anos, eu fui convidada a participar como conselheira voluntária aqui na unidade de Mogi, e essa missão eu tenho muito orgulho de poder exercer durante este período, a gente vai mudando conforme o tempo, no tempo de pandemia ela esteve muito mais voltada as redes sociais e muito menos nos eventos e agora estamos voltando ao presencial, mas a minha atividade é sempre fazer esta ponte com os meios de comunicação, é sempre poder levar a missão da AACD como entidade que olha para os deficientes físicos e aprimora cada vez mais a excelência dos tratamentos e nesta missão nada acontece por um acaso então sensibilizar a comunidade a doação, inteira-las sobre o nosso modo de contrato que é com o Condemat, que possibilita não só Mogi mas todos os municípios do Alto Tietê a participarem como clientes dentro da AACD Mogi, é muito importante pra mim, dá essa visibilidade, então eu acho que é um papel que eu tenho bastante satisfação em estar fazendo no dia dia, conforme surgem as oportunidades.

CCMN: E agora, destacando o mês das mulheres, o fato de ser uma profissional mulher te trouxe grandes desafios? Como você avalia a representatividade da mulher no mercado de trabalho hoje?

Maria Teresa: Olha, eu acho que eu tenho algumas coisas a dizer. Primeiro é um desafio todo dia para as mulheres estarem no mercado de trabalho, estarem em casa com seus afazeres, mesmo que tenha uma assistente, uma ajuda, estar também como mãe, estar também como esposa, estar também como mulher e como tantos outros papéis que a gente desempenha nessa vida. Ser amiga, ouvir, eu acredito que tudo isso faz parte, é um desafio constante que a gente tem. Olhando na linha da história, na linha do tempo, eu acredito que existem muitos ganhos que foram obtidos, muitas conquistas que foram obtidas até hoje, eu falo como mulher branca, rotulando agora, usual, mulher branca mas eu penso também que todas as raças e que todas as adversidades hoje está na pauta para estar em primeiro plano e eu acho que todos devem colaborar para que isso de fato exista para que não fique somente no discurso, no script, na redação do que a gente escreve. Eu penso que daqui pra frente todas as ações que a gente tem, tem visto não só na comunicação, estou dizendo aqui como publicitária, todas as campanhas, de voltam para isso e existe também um compromisso, uma necessidade que dentro da empresa você não pode mais se () a este compromisso, não pode ser somente uma embalagem, não pode ser superficial. Eu acredito que hoje tem que ser na essência mesmo, acho que a gente trabalha sempre, agora, para que estas prioridades da diversidade, da inclusão, e aí não estou falando só de mulher, mas que elas sejam sempre observadas, quando você está lá no começo, no planejamento ainda, para que quando vá a público () comunicação, ela de fato seja verdadeira, acho que é isso, que a gente hoje deve ter como compromisso e como mulher, como publicitária, eu sinto esse compromisso muito mais forte ainda, hoje como sócia da Observe Branding, que tem trabalhos de consultoria, nesta área de planejamento, posicionamento de marca, é sempre um fator que está ali dentro das prioridades quando a gente está olhando para o negócio

CCMN: Então qual é a mensagem que você gostaria de deixar a todas as mulheres neste mesmo tão especial?

Maria Teresa: A mensagem que eu quero deixar tem a ver com uma palavra, que é energia, essa energia que a mulher tem e que estão dentro dela, faz parte mesmo nela e que emana deve ser uma energia para transformar em algo melhor e eu acho que isso independe da profissão, independe se você ser dona de casa, que ainda é uma atividade que a gente presencia tanto e mesmo sendo uma profissional também no mercado a gente também é dona de casa então eu acho que essa energia que você coloca em tudo que você faz emana da mulher de uma forma diferente, para transformar e para evoluir e para ser algo melhor, eu acho que a gente deve aprimorar, deve concentrar, para que a gente possa aprimorar isso com o tempo.

(Colaborou Fabiana Oldra)