Mogi- Preocupada com o estado de saúde da mãe, a estudante de enfermagem Débora Barbosa Fonseca, de 34 anos, usou as redes sociais para pedir ajuda. Em vídeos, Débora faz relatos e flagrantes do atual quadro da mãe. De acordo com ela, Glória Regina Nunes da Silva, de 63 anos, deu entrada no Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, no dia 14 de novembro de 2022 com sintomas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas segundo ela, o diagnóstico da equipe médica foi de esquizofrenia.

"Minha mãe ficou três dias amarrada, tomando drogas psiquiátricas para tratar essa esquizofrenia que na verdade nunca existiu. Após muita insistência para que fosse realizado uma tomografia, o hospital fez o exame. Depois de dois dias a mudaram de setor e deram alta médica sem investigar a causa desse problema", relatou.

Indignada com o atendimento, Débora informou que não aceitou a alta. Ela também disse que flagrou a mãe no chão após uma queda: "Ela ficou sob os cuidados da enfermagem, que a deixou cair com uma maca. Quero destacar que ela não caiu da maca, a minha mãe caiu com a maca, bateu a cabeça e fraturou a clavícula".

De acordo com a filha da paciente, a equipe de enfermeiros que estava de plantão negou o ocorrido: "Tenho posse do documento que eles negam que minha mãe caiu, mas cheguei no momento da queda, vi ela na maca ainda no chão, passei a mão na cabeça dela e senti um caroço muito grande do lado direito. Imediatamente chamei a médica para examinar e, realmente constatou essa batida da cabeça".

A estudante de enfermagem afirmou que o ortopedista que examinou o raio X da idosa também negou a fratura da clavícula. De acordo com Débora, o exame foi feito após seis dias. "A chefe da ortopedia me falou que realmente havia uma fratura. E depois disso, minha mãe entrou em um pré-coma. Os médicos falaram que foi por conta de uma desidratação profunda por nome hipernatremia, que eleva eleva o nível de sódio no organismo e gera uma perda brusca de consciência e consequentemente respiratória". Em seguida, a paciente foi entubada após contrair pneumonia.

Débora suspeita de maus-tratos, pois a idosa apresenta ferimentos pelo corpo. "Agora ela segue em outro setor, sendo bruscamente maltratada. Minha mãe fica por horas urinada e por consequência apareceram várias feridas no corpo que são portas pra novas infecções", destacou.

A filha da paciente também faz denúncias contra funcionários do hospital, que estariam trabalhando sem máscaras. "Não estou pedindo socorro porque eu sou uma filha que está emocionalmente abalada porque a mãe foi acometida de uma fatalidade. O meu desespero, o meu grito de socorro é porque o hospital deveria evitar tudo isso que está acontecendo", desabafou.

Secretaria

O Hospital Luzia de Pinho Melo informou que a paciente segue sendo acompanhada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde novembro. Segundo a nota, "depois da avaliação médica e a realização de exames, o diagnóstico foi de um acidente vascular encefálico e um quadro de insuficiência respiratória aguda. O hospital destaca ainda que vem utilizando todos os recursos disponíveis e empenho profissional para reverter o quadro grave, o que está sendo acompanhado de perto pela família da paciente. A unidade está à disposição para mais informações para os familiares".

A Secretaria de Saúde não respondeu aos questionamentos sobre a falta do uso de máscaras pelos funcionários, a queda que a paciente teria sofrido e sobre o diagnóstico errado no inicio do atendimento informado pela família.