O ator, diretor e roteirista José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do Caixão, morreu aos 83 anos, vítima de uma broncopneumonia. A morte foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins, ontem. Ele morreu às 15h46, no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. O cineasta estava internado desde o dia 28 de janeiro para tratar de uma broncopneumonia.
O velório deve acontecer no Museu da Imagem e do Som (MIS). Mojica deixa sete filhos.
Filho dos artistas circenses Antonio André e Carmen Marins, José Mojica Marins nasceu no dia 13 de março de 1936, em São Paulo. Mojica dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes. Seu interesse pelo cinema de terror escatológico começou nos anos 1950, mas foi em 1964, com o filme "À meia-noite levarei sua alma", que ganhou o apelido de Zé do Caixão.
Seu personagem mais famoso, o agente funerário sádico com roupas pretas, cartola, capa e unhas longas, ainda aparece em "Esta noite encarnarei no teu cadáver" (1967), "O estranho mundo de Zé do Caixão" (1968) e "Encarnação do demônio" (2008).
Mesmo conhecido como o mestre do terror no cinema brasileiro, Mojica trabalhou com outros gêneros, como aventura, faroeste e pornochanchada. Ele também influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960. Quando tinha 17 anos, fundou a Companhia Cinematográfica Atlas, que produziu filmes amadores. O primeiro longa-metragem foi "A sina do aventureiro", de 1958. Em 1963, escreveu a história de "Meu destino em tuas mãos" e procurou o cineasta Ozualdo Candeias para fazer o roteiro, mas o colaborador não foi creditado.
O personagem Zé do Caixão, conforme Mojica contou em várias entrevistas, surgiu para ele durante um pesadelo, em que um homem de capa preta o arrastava para um túmulo. A primeira aparição do Zé do Caixão no cinema foi em "À meia-noite levarei sua alma", de 1964. Nos Estados Unidos, ele ficou conhecido como "Coffin Joe".