Os quatro hospitais estaduais do Alto Tietê já registraram quase 300 mil atendimentos apenas no primeiro semestre deste ano. Segundo o secretário do Estado da Saúde, David Uip, a rede pública tem sofrido com aumentos de até 60% na demanda de pacientes dessas unidades, devido à crise econômica que gerou o desemprego e, consequentemente, o cancelamento de muitos planos empresariais de saúde.
Embora a assessoria de Imprensa da pasta não tenha informado os números do ano passado, para que fosse possível o comparativo, o chefe da pasta afirmou que houve uma sobrecarga nas unidades, por conta dessa demanda migratória. "Nossos hospitais estaduais estão atendendo de 30% a 60% a mais do que atendiam em anos anteriores e começamos a sentir isso em março", revelou na última quarta-feira, durante visita ao hospital Municipal de Mogi das Cruzes "Prefeito Waldemar Costa Filho".
Em entrevista à rádio Jovem Pan, o chefe da pasta ainda deu mais detalhes sobre o problema. "É um aumento exuberante. Houve um acréscimo também por conta dos casos de dengue, mas um desses motivos, sem dúvida é o desemprego", avaliou Uip.
O secretário ainda comentou que o motivo desse afluxo maior nos hospitais é por conta de as pessoas não utilizarem os sistemas ambulatoriais de saúde, que também estão disponíveis na rede pública. Apenas 1% dos que procuram o pronto-socorro necessitam, realmente, do atendimento urgente. "Os casos de média importância é pouco mais de 17% e 82% dos que procuram os nossos hospitais deveriam estar em ambulatórios de especialidades ou de atenção primária. Com esse afluxo maior, a estrutura sofre", revelou.
A unidade que atendeu a maior demanda da região foi o hospital regional de Ferraz de Vasconcelos com 128.958 atendimentos, sendo que a maior demanda é para o pronto-socorro, que representa 74,92% dos procedimentos realizados no local e 30,8 mil atendimentos são referentes a consultas médicas em diversas especialidades, como ortopedia e traumatologia, endocrinologia, cirurgia geral, cirurgia vascular e cardiologia.
O hospital Luzia de Pinho Melo, de Mogi já executou 89,6 mil atendimentos no primeiro semestre, sendo que 93,64% são referentes ao pronto-socorro e 4,65% são os casos de internações nos setores de clínica médica, obstetrícia, pediatria e psiquiatria.
O Hospital Santa Marcelina registrou 63,3 mil atendimentos. Deste montante, 92,15% são ocorrências que passaram pelo pronto socorro. No Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, de Mogi, houve uma demanda de 15,2 mil pacientes que procuraram a unidade para realizar consultas.
Os atendimentos mais procurados na unidade hospitalar mogiana são os de cardiologia, cirurgia plástica, cirurgia vascular, clínica médica, dermatologia e também oftalmologia.