O fortalecimento da indústria nacional é uma busca incansável do setor. No entanto, alguns fatores reduzem sua competitividade e participação na economia brasileira. Um cenário de juros altos, carga tributária elevada, deficiências logísticas e energia cara são alguns dos ingredientes que levam ao processo de desindustrialização.

No estudo "Superar o Custo Brasil: Agenda Urgente para Reindustrializar o País", o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) apresenta um retrato detalhado dos desafios enfrentados pelas empresas no Brasil, além de propor soluções que podem ser adotadas para enfrentá-los.

Um dos dados que chamam a atenção no documento diz respeito à diferença de preços entre produtos industriais brasileiros e os de nossos principais parceiros comerciais, que chega a 24,1%. Esse percentual é reflexo de um ambiente que desestimula a competitividade e a inovação, já que os altos custos corroem o poder de investimento.

O tão famigerado Custo Brasil nada mais é do que um conjunto de fatores que encarecem a produção nacional. Ele é composto, por exemplo, pela tributação — que representa 12,2% desse total —, pela logística e infraestrutura, que respondem por 3,6%, e pela energia e matérias-primas, que somam 1,3%.

Com tantos entraves à produção, os impactos são visíveis e palpáveis. Basta olhar os números do Produto Interno Bruto (PIB), que vêm caindo nas últimas décadas. Em 1985, a participação da indústria na geração de riquezas nacionais era de 21,8%, percentual que chegou a 14,4% em 2024.

A solução para essas questões envolve uma combinação de fatores, que vão desde reformas estruturais até ajustes nos gastos públicos — uma lição de casa já apontada à exaustão. O que falta é dar o primeiro passo e assumir o comprometimento de tirar as ideias do papel, implementando-as com urgência para que a indústria volte a ocupar o protagonismo que o país tanto necessita.  


José Francisco Caseiro é diretor regional do CIESP Alto Tietê