Empresas estão cada vez mais expostas a golpes digitais via WhatsApp, que agora miram diretamente ambientes corporativos. A prática tem se tornado comum e lucrativa para criminosos. Segundo pesquisa do DataSenado, seis em cada dez brasileiros já foram vítimas ou conhecem alguém que sofreu golpe pelo aplicativo.

Um dos ataques mais frequentes é a clonagem da conta de WhatsApp de representantes da empresa. Com acesso ao número, os golpistas se passam por diretores ou vendedores para solicitar pagamentos, alterar dados bancários ou disparar links maliciosos a clientes e fornecedores.

Em diversas cidades de São Paulo, empresas já relataram prejuízos com o envio de boletos falsos por criminosos que se passaram por seus setores financeiros via WhatsApp. Em muitos casos, a fraude só é descoberta dias depois, quando o contato oficial com o cliente é restabelecido.

A prevenção começa com a ativação da verificação em duas etapas. No entanto, é importante destacar que usar o número de celular via SMS como segundo fator já não é considerado seguro. Golpistas utilizam clonagem de chip e redirecionamento de chamadas para interceptar códigos.

A recomendação mais eficaz é o uso de aplicativos autenticadores como Google Authenticator ou Microsoft Authenticator, ou ainda chaves físicas como YubiKey. Essas soluções não dependem de rede de celular e protegem contra interceptações.

Além disso, empresas devem manter uma política clara de comunicação com clientes e promover treinamentos periódicos com colaboradores. Ao criar uma cultura de segurança digital, o risco de fraudes é significativamente reduzido.

Golpes via WhatsApp estão mais frequentes e sofisticados. Cautela, tecnologia e informação são a melhor defesa.


Fábio Queiroz é CEO da SanviTI TSI, Especialista em Tecnologia e Segurança da Informação.