Infelizmente, a Imprensa vem perdendo a sua credibilidade. Em meio à onda informacional, em que o acesso a conteúdo de diversos temas está à disposição em inumeráveis canais, portais e plataformas virtuais, poucos têm valorizado e reconhecido a diferença entre o jornalismo profissional – que preza pela veracidade do que informa – e o influenciador – nem sempre produzido por alguém que, de fato, veio da esfera jornalística e por este motivo traz uma nova vertente às publicações.

Uma pesquisa divulgada pelo Reuters Institute, que avalia a percepção das pessoas em todo o mundo a respeito do consumo de notícias e de conteúdo, confirma este cenário. Os dados mostraram que 48% dos brasileiros evitam consumir informação de veículos jornalísticos. No mundo, esse índice, na média, é de 36%.

Mas, afinal, como os brasileiros se informam? De acordo com o relatório, as redes sociais são a principal fonte de informação para 79% da população nacional. A televisão é citada como fonte principal de notícias para 57% dos entrevistados, enquanto veículos impressos (jornais e revistas) são o principal meio informativo de 12% das pessoas. 

Este descrédito é um dos motivos para a desinformação da população, apontando um paradoxo. Anteriormente, muitos eram "desinformados" por não terem acesso às notícias, em vista dos poucos canais de comunicação. Atualmente, apesar da "abundância informacional", muitos continuam "desinformados", mas, desta vez, porque consomem uma variedade de conteúdos, mas sem profundidade e, sobretudo, criticidade. Na semana em que se celebra o Dia do Jornalista, eis a oportunidade para resgatar a credibilidade deste profissional, que se compromete em noticiar o que é investigado. Aquele que promove - com seriedade - a liberdade de expressão, a liberdade de pensamento e o acesso à informação.



Suéller Costa (sueller.costa@gmail.com) é jornalista, professora, educomunicadora e pesquisadora. Doutoranda em Educação (FEUSP), na linha de pesquisa Formação, Currículo e Práticas Pedagógicas, Mestre em Ciências da Comunicação (ECAUSP), na linha de pesquisa Comunicação e Educação, Especialista em Educomunicação (ECA/USP) e sócia da ABPEducom (Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação) e Apep (Associação dos Professores de Escolas Públicas). Idealizadora do projeto Educom Alto Tietê