Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. As mulheres com câncer mamário podem desenvolver um senso de incapacidade, ao deixarem de realizar algumas de suas atividades cotidianas e cuidados, tanto os pessoais quanto os voltados aos familiares. Entre os eventos adversos do tratamento oncológico pode-se observar um desempenho ocupacional deficitário, que se caracteriza pelo abandono de certas atividades ou sua execução de maneira precária, podendo apresentar diminuição da aptidão física, fadiga e fraqueza muscular após o tratamento oncológico.

Um dos integrantes do desempenho ocupacional é a capacidade funcional, na qual está inserida a avaliação funcional, que busca verificar em que nível as doenças ou agravos impedem o desempenho das atividades cotidianas de forma autônoma e independente, ou seja, realizadas sem a necessidade de adaptações ou do auxílio de outras pessoas. É, portanto, a avaliação funcional que vai permitir o desenvolvimento de um planejamento assistencial mais adequado.

A capacidade funcional está associada à habilidade em realizar as atividades básicas e instrumentais de vida diária de maneira independente, sendo caracterizada pela eficiência na execução das tarefas da vida cotidiana, e é dependente da preservação de habilidades motoras e cognitivas, estando diretamente ligada à qualidade de vida. Por isso, deve-se analisar a alteração no nível de atividade física e na capacidade funcional de pacientes entre o diagnóstico do câncer de mama e o tratamento. Sabe-se que os tratamentos para o câncer de mama, sejam a quimioterapia, radioterapia ou a cirurgia, podem levar a eventos adversos, que nem sempre são passíveis de controle. Quando não são manejados adequadamente, podem comprometer o desempenho ocupacional e acarretar piora na qualidade de vida.

As alterações das funções físicas e emocionais e, sobretudo, da capacidade funcional também prejudicam a qualidade de vida de mulheres tratadas por câncer das mamas. 

Dr. Luiz Felipe Da Guarda é fisioterapeuta e diretor científico da Associação Brasileira de Perícias Fisioterapêuticas - ABRAPEFI - @abrapefi