Imagine que você decida comprar uma televisão e pesquise o produto em duas lojas. Ambas são parecidas e oferecem o mesmo produto pelo mesmo preço e condições. Em qual loja você compraria?
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos respondeu essa questão: a televisão seria comprada, na maioria das vezes, na loja onde o vendedor fosse mais simpático.
Vendedores simpáticos vendem mais produtos, mas... como mantê-los motivados?
Salários pagos em dia e o cumprimento das leis trabalhistas são fundamentais, mas não o suficiente para motivar seus colaboradores. Para isso a empresa precisa fazer mais do que a legislação exige.
Vamos supor também que, além de vendedores simpáticos, a loja arrecade alimentos ou patrocine o time dos garotos do bairro. Essas ações criam diferenciais positivos e ajudam a aproximar a loja das pessoas. A empresa deixa de ser apenas uma ofertante de produtos e passa a conquistar o coração das pessoas.
É aí que entra a Responsabilidade Social Empresarial (também conhecida pela sigla RSE). Em poucas palavras, trata-se de um conjunto de ações planejadas para oferecer às pessoas, à economia e ao meio ambiente mais do que a legislação exige.
Em princípio podemos pensar que a RSE é apenas para “sair bem na foto”. Achamos que a empresa busca espaço na imprensa ou nas redes sociais, fazendo ações positivas por modismo.
“Sair bem na foto” é apenas a ponta do iceberg. Por trás há uma série de benefícios que o público não consegue, de alto valor para a empresa tais como: economia de matérias primas, melhoria na qualidade, melhoria nos processos de produção, retenção de talentos, diminuição dos custos jurídicos, redução dos acidentes de trabalho, criação de produtos inovadores, além de dezenas de outros.
A maioria das empresas de ponta, não importando o porte ou segmento, praticam ações de RSE, que podem ser simples ou complexas. Isso ocorre também por mudança nas preferências dos consumidores, que passam a dar preferência às que valorizam de alguma maneira as pessoas e o mercado em que atuam.
Mas, por onde começar? Comece pelas ações simples e de baixo custo. É possível implementar um plano de RSE com pouco investimento, apenas mudando hábitos e a mentalidade dos envolvidos com a sua organização. Com a experiência será possível implementar ações mais complexas em pouco tempo. O importante é sabermos que esse modelo de gestão requer planejamento, implementação e controle, mesmo que o custo seja irrisório.
Para a realização do processo é fundamental a vontade e o entusiasmo do gestor. Sem ele o projeto não acontecerá, mesmo que todos na empresa acharem necessário. Em um mercado cada vez mais competitivo com produtos cada vez mais padronizados o diferencial passa a ser o papel da empresa na vida das pessoas.
Antônio Zarpelon é consultor de Responsabilidade Social da Vem Ser Consultoria.