Muitas vezes me sinto iludido com o meu sonho em ver favelas e comunidades com uma estrutura urbanística de qualidade. A história do nosso país contém a falta de moradia e um ambiente digno para a população desde então. Cresceu assim e não tem mais jeito? Diversas estatísticas apontam que não! O último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta que o Brasil tem 16 milhões de pessoas morando em favelas com tendência a crescer.
Já a Organização das Nações Unidas (ONU) tem dados que até 2050, 3 bilhões de pessoas viverão em favelas, caso não haja ideias para enfrentar a rápida urbanização. A Pesquisa Mundial Econômica e Social 2013, apontava que 1 bilhão de pessoas viviam em locais sem infraestrutura e serviços básicos como saneamento, energia elétrica e saúde.
Desabafando este contexto com o amigo Ricardo Campos, da Pontual Sistemas Construtivo, que tem sede em Suzano, esse profissional, em minutos, me apresentou uma solução que ainda não é visualizada para moradias em vulnerabilidade: Light Steel Frame. A estrutura de aço leve, utiliza perfis de aço galvanizado para criar a estrutura principal de edifícios. Sua abordagem leve e eficiente emprega perfis finos e leves, montados para formar esqueletos resistentes e é conhecida pela rapidez na construção, durabilidade e versatilidade no design, como uma alternativa moderna e eficaz à construção convencional.
Após o término da explicação, eu perguntei para o especialista se esse material poderia ser utilizado na construção ou urbanização de áreas precárias, onde em uma rápida e calma réplica, disse que sim. Questionei ainda por qual motivo então essa tecnologia prática e rápida não é utilizada na moradia popular, onde a sincera percepção é que falta conscientização e vontade de investimento na área. Será que algum agente público federal ou municipal, pode praticar essa brilhante ideia?
Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da trilogia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.