Estamos no segundo mês do segundo trimestre de 2024. E é um momento importante para prestarmos atenção de como está se comportando a economia do país. Existe uma narrativa que recheia o conteúdo de vários analistas, que a todo momento são obrigados a corrigirem suas previsões sobre o desempenho da nossa economia.

Se voltarmos para o final de 2022, vamos nos deparar com inúmeras análises pessimistas sobre o país conduzido pelo atual governo. Economistas, estrategistas, gestores e agentes do mercado estavam temerosos em relação à possibilidade de vitória petista, confirmada em 2º turno no dia 30 de outubro. Investidores se deparavam com diferentes previsões, que passavam de uma escalada do dólar, intervenções nas estatais e descontrole do cenário fiscal. Hoje, com quase um ano e meio de governo, dá para dizer que boa parte dessas apostas se mostrou oposta do que a realidade do mercado financeiro atual nos mostra. 

Mês a mês os analistas corrigem a previsão do crescimento do PIB para cima, a expectativa em relação ao comportamento da inflação se mantém dentro da meta, os investimentos estão aumentando, a renda média da população está se elevando e, com isso, a economia vai entrando no chamado ciclo virtuoso.

Do dia 11 de janeiro de 2021, quando a Ford anunciou o fechamento das três fábricas que operavam no Brasil, para cá, estamos vivendo um momento em que diversas montadoras de veículos anunciam volumosos investimentos no Brasil. Para os especialistas, o sentimento positivo do setor vem na esteira da melhora no cenário de crédito e da cadeia de fornecimento, além de incentivos mais claros à indústria e perspectivas mais positivas para a economia.

Entre o fim de 2023 e o início de 2024, uma onda otimista tomou conta da indústria automotiva brasileira. Grandes montadoras voltaram a aquecer o mercado anunciando investimentos que, juntos, chegam a R$ 125 bilhões até 2033. Esse é o maior ciclo de aportes do setor na história, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Agora em 2024, foram anunciados mais de R$ 60 bilhões pelas empresas, em recursos destinados à ampliação de produção e desenvolvimento de tecnologia no país.

Na semana passada, mais uma ótima notícia. O nível de desemprego no Brasil diminuiu em 21 estados e no Distrito Federal no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O movimento fez a taxa de desocupação encerrar os três primeiros meses deste ano em 7,9%, o menor patamar em 10 anos.

É o estado brasileiro se fortalecendo, inclusive para socorrer vítimas de catástrofes como a enfrentada pelo Rio Grande do Sul.

 

Afonso Pola (afonsopola@uol.com.br) é sociólogo e professor