É um prazer inenarrável estar com você, leitor!
Inicio neste espaço do Mogi News com grande honra e espero de alguma forma atender o seu tempo e expectativa de uma agradável leitura. Adianto que em geral, vou refletir sobre a “neurose nossa de cada dia”,e se você estiver interessado em consumir este conteúdo, continue nas próximas linhas.
📲Siga nosso canal de notícias no Whatsapp e fique por dentro de tudo em tempo real!!
Recebi um vídeo de uma colega psicanalista, que apresentava uma jovem mulher sofrendo uma possível crise de ansiedade. Após pesquisar o material, tratava-se da bailarina e modelo, Alane, paranaense de 24 anos, no quarto Fada, do Big Brother Brasil 2024, no último sábado (17/02). A cena apresenta a moça na cama tentando chorar e respirar ao mesmo tempo, até se esbaldar no choro, em um registro cinematográfico com um zoom in – que aproximava lentamente do “objeto” filmado.
Tive que baixar o meu orgulho – de não gostar desse tipo de programação – e pesquisar mais sobre a jovem e os horríveis sintomas apresentados em plena rede nacional. Descobri que não é a primeira vez que ela demonstra este tipo de comportamento e em alguns sites – jornalísticos e de entretenimento sugerem que a participante esteja fingindo.
Seja pela tensão de ganhar a próxima fase do reality ou enfraquecer outro participante, o fato é que em um programa de alcance nacional, e em um país onde mais de 60% da população sofre de ansiedade e não procura tratamento, o mínimo de uma exposição de sofrimento psíquico como esta, deveria ter uma mediação profissional ao vivo para que a pessoa que já passou por essas crises (ou passa) sinta-se acolhida e saiba exatamente como um especialista pode ajudá-la.
Eu não sei você, mas eu já tive este tipo uma forte crise de ansiedade e no meio da rua. Estava na região central de Ferraz de Vasconcelos, no início da pós-pandemia da Covid-19, e de repente, eu comecei a perder o ar, com dores no peito, não conseguia chorar, respirar e se mexer. Parecia que estava morrendo! Com a minha esposa Alice, corremos para um hospital mais próximo, onde fui colocado em uma cadeira de rodas, fiz exames, respondi questionário e também questionei:
- Dr. Eu estou morrendo?
(Pausa)
- Ainda não!
(Pausa)
Você teve uma crise de ansiedade!
Foi a partir disso que eu comecei a levar a sério o assunto, procurar tratamento e tratar...
Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da triologia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.
