Quem passa pela estrada Governador Mário Covas Júnior, na altura do bairro Miguel Badra, em Suzano, se assusta com o tamanho da área que está sendo aterrada nas margens do rio Tietê. O grande volume de terra encobre uma extensa área e, automaticamente, desperta um questionamento sobre a legalidade desse tipo de movimentação e também se essa ação acarretará algum prejuízo ambiental para a região, especialmente em época de chuva e cheia do rio.
Se para os leigos o aterramento já chama a atenção, para profissionais da área e pessoas envolvidas com questões ambientais a autorização desse tipo de obra é bastante questionável. Na edição do último domingo, o Mogi/News trouxe uma matéria sobre a situação no local, que está sendo aterrado para receber, futuramente, uma empresa de logística, bem como as denúncias que surgiram.
O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito, em março deste ano, que investiga vícios no licenciamento ambiental concedido, em sigilo para o local. A Justiça foi acionada após o encaminhamento de uma notícia crime em março de 2022, movida pelo Movimento em Defesa da APA do Rio Tietê., que questionada a atuação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e denuncia que o Conselho Gestor da APA do rio Tietê, que possui caráter consultivo, não havia sido consultado sobre o caso, bem como o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), ambos de caráter deliberativo.
A situação será analisada pelo MP, que apontará se houve negligência ou não por parte da Cetesb. Até lá, as obras seguem no local, o que não impede a população de constetar. Ainda que o trabalho seja legal até o momento, vale a pena aterrar uma área de varzéa desse tamanho para receber uma empresa? Estão sendo levadas em conta as implicações ambientais que esse tipo de ação pode causar?
Ainda que o assunto fosse mais grave, em Mogi, a união da sociedade socil e do Poder Público impediu a vinda de um aterro sanitário para a cidade.